O que é Disponibilidade: Definição, Cálculo e Importância na Manutenção Industrial

Você já se perguntou o que é disponibilidade no contexto da manutenção industrial? 

Esse é um indicador-chave, especialmente pensando na indústria 4.0, em que a eficiência operacional e a continuidade dos processos produtivos são cruciais. 

A importância da disponibilidade reside em sua capacidade de minimizar paradas não planejadas devido a falhas de equipamentos e maximizar a produtividade.

A implementação de tecnologias avançadas e práticas de manutenção preditiva são estratégias essenciais para elevá-la, uma vez que garantem que as operações ocorram sem interrupções significativas.

Nesse conteúdo, vamos explicar os diferentes tipos de disponibilidade, mostrar a importância dela, apresentar algumas estratégias para melhorá-la e, ainda, falar sobre os desafios nessa gestão. Boa leitura!

O que é Disponibilidade no Contexto Industrial?

Entenda o que é disponibilidade conforme a NBR-5462

Basicamente, o que é disponibilidade, no contexto industrial, refere-se à proporção do tempo em que um equipamento ou sistema está operável e funcional em relação ao tempo total disponível para operação. 

Essa métrica é frequentemente medida e gerenciada em termos de manutenção, pois envolve a minimização de paradas não planejadas e a maximização do tempo de operação. 

É um conceito de muito valor para a  gestão, pois diretamente impacta a produtividade e a eficácia geral de uma operação industrial.

Tipos de Disponibilidade na Manutenção

Entender os tipos de disponibilidade é fundamental para otimizar a manutenção industrial. 

Existem três tipos principais: disponibilidade física, disponibilidade inerente e disponibilidade operacional.

Tipos de Disponibilidade na Manutenção: Física, Inerente e Operacional
Entenda quais os tipos de disponibilidade considerados na manutenção industrial

Disponibilidade física

A disponibilidade física é o tipo mais básico, que mede o tempo em que um sistema ou ativo pode operar sem falhas. 

Essa métrica não leva em conta interrupções causadas por reparos, inspeções ou inatividade programada. 

Em outras palavras, a disponibilidade física reflete o potencial máximo de operação de uma máquina, levando em conta apenas seu design e sua capacidade de funcionar continuamente na ausência de eventos imprevistos. 

É muito valiosa para entender o desempenho ideal de um sistema, mas não considera os desafios práticos do ambiente operacional.

Disponibilidade inerente

A disponibilidade inerente, também conhecida como intrínseca, vai um passo além ao considerar o tempo de parada necessário para manutenção corretiva. 

Ela é importante para avaliar a eficiência das operações de manutenção, pois leva em conta o tempo que o equipamento não está em pane e está disponível para operação. 

O cálculo da disponibilidade inerente utiliza dois indicadores fundamentais: MTBF (Mean Time Between Failures), que mede o tempo médio entre falhas, e MTTR (Mean Time to Repair), que avalia o tempo médio necessário para realizar reparos. 

Esse tipo oferece uma visão mais realista do desempenho do ativo, considerando as interrupções inevitáveis para manutenção corretiva.

Disponibilidade operacional

A disponibilidade operacional é a métrica mais prática e abrangente: considera todos os fatores que impactam a operação de um ativo.

Isso inclui manutenções planejadas e não planejadas, ajustes operacionais, e até mesmo interrupções externas, como problemas de fornecimento de energia ou falhas no processo de produção.

Diferente das outras, a disponibilidade operacional reflete a realidade do dia a dia na fábrica.

Ela também oferece insights valiosos para a melhoria contínua dos processos, o que ajuda a identificar gargalos operacionais e oportunidades para reduzir paradas não planejadas.

Como Calcular a Disponibilidade?

Calcular a disponibilidade é uma etapa crítica para a gestão eficaz da manutenção industrial, pois permite que as empresas maximizem a eficiência dos seus ativos.

A seguir, você confere as fórmulas de disponibilidade de acordo com dois dos tipos: físico e inerente.

Fórmula da Disponibilidade Física

Disponibilidade Física = (H1−H2 ÷ H1 ​) × 100%

Onde:

  • H1: total de horas do calendário (por exemplo, 24 horas x número de dias do mês).
  • H2: total de horas em que o ativo ficou parado para manutenção (seja corretiva ou preventiva).

Esse cálculo reflete o percentual de tempo em que o equipamento esteve disponível para operação, excluindo o tempo de parada para qualquer tipo de manutenção. 

Fórmula da Disponibilidade Inerente

Disponibilidade Inerente = (MTBF ÷ MTTR + MTBF​) × 100%

Onde:

  • MTBF (Mean Time Between Failures): tempo médio entre falhas, que representa a média de tempo que o equipamento opera sem apresentar falhas.
  • MTTR (Mean Time to Repair): tempo médio para reparo, que indica quanto tempo, em média, é necessário para realizar o reparo do equipamento após uma falha.

Essa é uma métrica útil para entender a confiabilidade do ativo sob condições normais de operação.

Fórmula da Disponibilidade Operacional

A fórmula geralmente utilizada para calcular a essa métrica é:

Disponibilidade Operacional = (Tempo de Operação Efetiva ÷ Tempo Total Planejado​) × 100%

Onde:

  • Tempo de Operação Efetiva: é o tempo total em que o equipamento esteve realmente em operação, excluindo todas as paradas, sejam elas planejadas (como manutenção preventiva) ou não planejadas (como falhas e manutenções corretivas).
  • Tempo Total Planejado: é o tempo total que o equipamento deveria estar disponível para operação, conforme planejado pela produção.

Assim, oferece uma medida prática e abrangente da disponibilidade de um equipamento, o que reflete a probabilidade de ele estar funcionando conforme as expectativas da operação.

Importância da Disponibilidade para a Eficiência Operacional

Entender o que é disponibilidade é apenas o primeiro passo. É preciso também compreender a importância da disponibilidade para a eficiência operacional de uma indústria. 

Quando alta, é diretamente proporcional à capacidade de manter uma produção constante e eficiente, o que, por sua vez, impacta positivamente a rentabilidade da empresa.

Quando os equipamentos têm uma alta disponibilidade, a redução de custos operacionais é significativa

Esse movimento ocorre porque o tempo de inatividade é minimizado, o que, consequentemente, reduz a necessidade de intervenções de manutenção corretiva e, também, os custos associados. 

Além disso, a confiabilidade dos equipamentos aumenta, o que permite um planejamento da produção mais preciso e menos sujeito a interrupções inesperadas.

Somado a tudo isso, a importância dessa métrica também se reflete na satisfação do cliente. Ativos mais confiáveis e disponíveis garantem que os prazos de entrega sejam cumpridos — assim, atrasos que poderiam comprometer a relação com o cliente não entram mais na equação.

Finalmente, a redução das paradas não planejadas contribui para uma operação mais previsível e eficiente. O resultado é uma maior confiança do cliente na capacidade de entrega da empresa.

Estratégias para Melhorar a Disponibilidade

Ao considerar o que é disponibilidade, é importante implementar estratégias que não só aumentem o tempo de operação dos equipamentos, mas também integrem práticas como manutenção preditiva e o uso de tecnologias avançadas.

Vamos entender melhor o que pode ser feito.

Manutenção Preditiva

A manutenção preditiva é uma das estratégias mais eficazes para melhorar a disponibilidade. 

Utilizando sensores inteligentes e tecnologias de monitoramento em tempo real, essa abordagem permite a detecção precoce de potenciais falhas, a partir do FMEA, por exemplo, antes que elas ocorram. 

Isso reduz significativamente o tempo de inatividade não planejado e, ao mesmo tempo, aumenta a vida útil dos equipamentos. 

Os gestores, então, podem planejar as intervenções de manutenção de forma mais eficiente e evitar interrupções inesperadas. Tudo isso, ainda, otimizando a gestão de estoque de peças de reposição.

Manutenção Preventiva

Outra prática fundamental é a manutenção preventiva, que envolve a realização de intervenções programadas com base em intervalos de tempo predefinidos ou no ciclo de uso dos equipamentos. 

Essa estratégia ajuda a melhorar a disponibilidade ao prevenir falhas catastróficas e minimizar o risco de paradas inesperadas. 

Vale dizer que ela também contribui para a redução de custos a longo prazo, visto que garante que os equipamentos sejam mantidos em boas condições de operação.

Tecnologias Avançadas

O uso de tecnologias avançadas na manutenção industrial, como sistemas de monitoramento remoto e análise de dados é mais uma estratégia fundamental para aumentar a disponibilidade. 

Essas tecnologias permitem uma visão abrangente do estado dos equipamentos o que, como consequência, facilita a tomada de decisões informadas e a implementação de ações corretivas em tempo hábil.

Indicadores Aprofundados de Manutenção
Indicadores de Manutenção

Além disso, a integração de tecnologias de automação pode otimizar ainda mais os processos de manutenção.

Desafios na Gestão da Disponibilidade

A gestão eficaz da disponibilidade dos equipamentos pode ser entendida como uma palavra-chave na hora de garantir a continuidade das operações industriais. No entanto, ela não é isenta de obstáculos.

Por isso, identificar e enfrentar os desafios na disponibilidade é uma tarefa essencial para manter a eficiência e a produtividade em alta.

Desafios na gestão da disponibilidade
Os principais desafios na gestão da disponibilidade industrial

Vamos falar sobre os principais obstáculos!

Falhas Inesperadas

Um dos maiores desafios na gestão de manutenção é lidar com falhas inesperadas. 

Essas falhas podem causar paradas não planejadas que vão impactar diretamente na produção e nos custos adicionais. 

Para superar esse problema, é preciso um esforço central: implementar um plano de contingência robusto que inclua a manutenção preditiva e o monitoramento em tempo real. 

Essas práticas permitem antecipar problemas antes que eles ocorram, o que reduz o impacto das falhas inesperadas na operação.

Falta de Peças de Reposição

Outro obstáculo comum é a falta de peças de reposição, que pode prolongar o tempo de inatividade dos equipamentos. 

A gestão de recursos eficiente, incluindo a manutenção de um inventário atualizado e a utilização de sistemas de monitoramento de estoque, é a principal saída para garantir que as peças necessárias estejam sempre disponíveis. 

A integração com fornecedores confiáveis e gestão integrada do Supply Chain Management (SCM), além da adoção de estratégias de estoque just-in-time podem ajudar a minimizar esse desafio.

Treinamento Insuficiente da Equipe

Treinamentos insuficientes dos operadores e da equipe de manutenção podem e vão comprometer a gestão da disponibilidade. 

Equipamentos modernos e tecnologias avançadas exigem habilidades específicas que, se não forem desenvolvidas adequadamente, levam a erros operacionais e a uma manutenção ineficaz. 

A resposta é investir em treinamento contínuo e em desenvolvimento profissional da equipe. 

Afinal, a capacitação frequente garante que a equipe esteja sempre atualizada com as melhores práticas e capaz de enfrentar os problemas com eficácia.

Maximize a Disponibilidade com o TracOS™: Tecnologia que Transforma a Gestão da Manutenção

Superar problemas na gestão de disponibilidade e manutenção requer uma abordagem proativa e estratégica, com foco em planos de contingência, gestão de recursos e treinamento. 

Além disso, a tecnologia é também um fator fundamental para isso.

O TracOS™ é a ferramenta ideal para otimizar o planejamento de manutenção, a partir do controle de todos os ativos da planta e otimização das operações industriais.

Com ela, fica mais fácil ter uma visão detalhada e personalizada da manutenção e garantir que cada ativo seja monitorado e mantido de acordo com suas necessidades específicas.

Em vez das correções emergenciais, é possível ter um planejamento completo e em tempo real de seus ativos e equipes.

Acompanhar de perto e com exatidão dados como MTBF, MTTR, backlog, disponibilidade, confiabilidade, custos de manutenção e planejamento financeiro permite que as equipes de manutenção atuem de forma mais proativa e preditiva. 

A partir dessas informações, a  equipe pode montar estratégias de manutenção baseadas no tempo e na condição dos equipamentos e planejar com precisão, por exemplo, por meio de calendários e gráficos de Gantt.

Tudo isso reduz drasticamente o tempo de inatividade e melhora a eficiência operacional de forma contínua.

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Conclusão

Uma alta disponibilidade dos equipamentos otimiza a produção tanto quanto reduz custos operacionais, melhora a confiabilidade dos ativos e aumenta a satisfação do cliente.

Manter uma gestão eficiente da manutenção, o que envolve estratégias como manutenção preditiva e preventiva, é fundamental para alcançar esses objetivos. 

A implementação de tecnologias avançadas, como o TracOS™, potencializa esses benefícios, fornece insights em tempo real e, ainda, permite uma abordagem proativa na gestão de ativos.

Para continuar aprendendo sobre o tema, leia nosso Guia Definitivo sobre o Plano Mestre de Produção e entenda como e quando os recursos de produção devem ser aplicados.

Lucas Dombroysk

Lucas Dombroysk

Especialista de CMMS

Administrador formado pela FIAP, com mais de uma década de vivência na indústria metalúrgica. É Sales Account Executive na TRACTIAN e especialista em otimizar processos por meio da tecnologia.

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