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Quais são normas regulamentadoras na manutenção?

Tempo de leitura: 9 min

A rotina da manutenção envolve diversos riscos que devem ser geridos para garantir que os profissionais possam trabalhar de forma segura e evitar que ocorram os acidentes de trabalho.

Uma simples troca de fusíveis ou a limpeza de uma caixa d ‘água podem causar acidentes graves, caso os procedimentos de segurança não sejam seguidos de forma adequada. 

Com intuito de padronizar os procedimentos de segurança e assim prevenir os acidentes de trabalho, as Normas Regulamentadoras (NR’s) foram estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e obrigatoriamente devem ser seguidas pelas empresas.

Atualmente existem 35 NR’s vigentes que contemplam diversos tipos de trabalhos para diferentes setores. As principais que contemplam a rotina da manutenção são:

Normas Reguladoras para manter a segurança na manutenção

Agora veremos os principais tipos de intervenções da manutenção e as suas especificidades segundo as normas regulamentadoras.

Trabalhos com energia elétrica (NR10)

Intervenções envolvendo energia elétrica são as principais causas de acidentes graves no ambiente de trabalho, podendo ocasionar queimaduras, paradas cardiopulmonares e até uma eletrocução em casos mais graves.

O choque elétrico é a passagem de energia pelo corpo humano e pode causar danos severos dependendo da trajetória, da intensidade da corrente elétrica e do tempo de exposição.

A corrente elétrica sempre irá percorrer o caminho de menor resistência, dependendo dos pontos de contato com as superfícies energizadas, ela pode passar por órgãos vitais e ocasionar um acidente grave.

Observando a tabela abaixo, temos efeitos estimados da eletricidade no corpo humano. Destaca-se que mesmo com baixa intensidade de corrente elétrica já existe um risco elevado à integridade dos profissionais.

Efeitos de um choque elétrico

Além desses fatores, o tempo de exposição ao choque elétrico também é determinante para definir a gravidade do acidente de trabalho. Dessa forma, devem-se estabelecer uma série de procedimentos para evitar qualquer contato em superfícies energizadas sem proteção e dispositivos de rápida reação para mitigação caso venha a ocorrer um acidente. 

A NR 10 exige um treinamento básico com carga horária de 40h para o mantenedor estar apto a realizar serviços em eletricidade de baixa tensão e existe um treinamento complementar de SEP (Sistema Elétrico de Potência) para os profissionais que trabalham direta ou indiretamente com alta tensão.

Existem os EPI’s próprios para os eletricistas e eletrônicos se protegerem do choque elétrico, como luvas e botas emborrachadas que impedem a passagem de corrente elétrica.

A norma regulamentadora exige também vestimentas próprias para trabalhos com eletricidade que devem contemplar características de condutibilidade, inflamabilidade e influências eletromagnéticas.

De forma geral, as manutenções em instalações elétricas devem ocorrer sempre com a rede desenergizada para que não ocorra a exposição a componentes e superfícies energizadas.

Além das ferramentas básicas de manutenção destacam-se o uso do multímetro e do detector de tensão para verificação e confirmação da desenergização dos equipamentos e painéis.

Para garantir que as intervenções ocorram de forma segura e que as instalações permaneçam desenergizadas durante toda manutenção, deve-se realizar o bloqueio e identificação das chaves de comando, também conhecido como LOTO (Lockout & Tagout). 

Antes do início do serviço, é necessário a verificação dos prontuários das instalações que devem conter as informações técnicas como os diagramas unifilares e identificação de portas, assim os manutentores terão uma visão clara dos componentes envolvidos e podem realizar uma intervenção segura.

Trabalhos em máquinas e equipamentos (NR12)

A NR 12 contempla todas as orientações sobre máquinas e equipamentos industriais desde as etapas de layout, aspectos ergonômicos e instruções para as intervenções de manutenção.

Segundo a norma, todas as atividades da manutenção devem ser registradas, armazenadas e disponibilizadas aos trabalhadores envolvidos na operação, manutenção e reparos, bem como à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, ao Serviço de Segurança e Medicina do Trabalho SESMT e à Auditoria Fiscal do Trabalho.

Nesses registros devem conter as seguintes informações:

  • Intervenções realizadas;
  • Data da realização de cada intervenção;
  • Serviço realizado;
  • Peças reparadas ou substituídas;
  • Condições de segurança do equipamento;
  • Indicação conclusiva quanto às condições de segurança da máquina; 
  • Nome do responsável pela execução das intervenções.

Dessa forma, em qualquer intervenção da manutenção devem ser registradas as condições de segurança dos maquinários para que haja a verificação e controle, assim é possível tomar as devidas medidas corretivas caso necessário.

As intervenções em maquinários podem ser de diversas modalidades como inspeções, reparos, limpezas e manutenções em geral. Devem ser executadas por profissionais qualificados, capacitados e autorizados pelo empregador seguindo os procedimentos abaixos:

Primeiramente, deve-se isolar toda a área de atuação do equipamento para que não haja nenhuma invasão de terceiros nas áreas em que serão comprometidas pela intervenção.

Então realiza-se a descarga de todas as fontes de energia dos sistemas envolvidos, sejam eles elétricos, pneumáticos ou hidráulicos, para que não haja nenhuma atuação indesejada que possa oferecer risco aos profissionais.

Também deve-se bloquear os pontos de comando de energias, identificando com o horário, data e responsável para que não haja o risco de reenergização durante a manutenção.

Além disso, deve-se realizar o travamento com travas mecânicas para evitar o retorno acidental de partes basculadas ou articuladas das máquinas ou equipamentos.

Assim, com essas medidas, as máquinas podem ter suas devidas manutenções expondo os mantenedores ao mínimo de risco possível.

Trabalhos em espaço confinado (NR33)

Intervenções que são realizadas em espaço confinado expõem os mantenedores a uma série de perigosos, devido a isso, a NR 33 descreve as ações necessárias para preservar a vida dos profissionais.

Espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua e que tenha dificuldades de ventilação. Alguns exemplos de destaque são galerias, túneis, silos e caixas d’água.

Quando os profissionais têm que realizar intervenções nesses locais eles se expõem a riscos como de alagamento ou soterramento devido às condições do ambiente podendo levar a sérios acidentes.

Além disso, existe o risco de asfixia devido à dificuldade de ventilação, assim há o risco de deficiência de oxigênio e não pode haver a dispersão de elementos, nem de gases tóxicos que podem levar a intoxicação. 

Dessa forma, há a necessidade de procedimentos para que essas intervenções sejam feitas de forma segura.

Antes de realizar a entrada no local de serviço é preciso preencher a PET ( Permissão de Entrada de Trabalho) que contempla as análises das condições do ambiente, das ferramentas e equipamentos de segurança, bem como as autorizações necessárias para iniciar o serviço.

Destacam-se também o uso de medidores de níveis de gases para o monitoramento do ambiente, uso do tripé ancorado nos profissionais para o resgate dos profissionais em caso de um incidente e o uso de máscaras que evitam a intoxicação.

Equipamentos de segurança NR 33

Lembrando que qualquer trabalho em espaço confinado deve ser realizado com o apoio de um vigia, que deve estar em comunicação constante com os profissionais que adentraram para dar suporte e atuar imediatamente caso seja necessário. 

Trabalhos em altura (NR 35)

Considera-se trabalho em altura toda atividade realizada acima de 2 metros do nível inferior, dessa forma existem uma série de intervenções que se enquadram nessa categoria como por exemplo troca de luminárias, serviços prediais e preditivas em pontes rolantes. Assim, no dia a dia da manutenção existem vários momentos em que requerem os procedimentos descritos na NR 35.

Para realizar os serviços em altura podem-se utilizar de alguns instrumentos para elevar os profissionais como andaimes, escadas e plataformas elevatórias.

Para todas as modalidades de serviço é fundamental a utilização dos EPI ‘s que sustentam o profissional no caso de um incidente, como por exemplo o cinto paraquedista, juntamente de um trava quedas conectado a uma linha de vida.

Equipamentos de segurança NR 35

Cada modalidade de serviço em altura terá uma forma distinta de instalar os pontos de ancoragem que são os pontos de sustentação adequados. 

Entretanto, os procedimentos de segurança começam muito antes da subida em altura, com o curso de 8 horas da NR 35 e com os exames de saúde descritos no PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional). 

Então, deve-se realizar a APR (Análise Preliminar de Risco) para avaliar a integridade das ferramentas, descrever as etapas de execução e examinar as condições climáticas. Caso todos esses parâmetros sejam aprovados, o serviço poderá ser executado com supervisão de um vigia para dar suporte a operação. 

É importante destacar que o profissional tem o direito de interromper a atividade a qualquer momento exercendo o direito de recusa sempre que constatar evidências de riscos graves e iminentes para a sua segurança ou de outras pessoas.

As normas e a exposição dos profissionais

As normas regulamentadoras deixam claro que a exposição dos trabalhadores a esses riscos devem ser evitadas a todo custo. Somente caso não seja possível encontrar meios alternativos para execução das atividades é que elas devem ser realizadas fazendo uso dos procedimentos de segurança.

Visto isso, deve-se evitar a instalação de ativos em locais de difícil acesso, como locais de altura elevada, em espaço confinado e em locais próximos de linhas energizadas ou de subestações.

Somente caso seja fundamental para a operação que esses ativos estejam nesses locais é que devem ser alocados nessas regiões, pois certamente necessitarão de intervenções dos mantenedores para que esses equipamentos sejam gerenciados, causando a exposição dos profissionais. 

Sendo assim, devem-se utilizar ao máximo medidas que evitem ou minimizem a exposição dos trabalhadores.

No âmbito das manutenções preditivas, soluções como a da TRACTIAN em que é possível colocar sensores IoT de monitoramento, como o Smart Trac, nesses ativos de difícil acesso, evitam dos profissionais terem que se expor indo até esses equipamentos para coletar dados de vibração e temperatura.

As informações coletadas são exportadas para a plataforma TRACTIAN que realiza a análise desses dados e consegue identificar falhas, como por exemplo, desgaste, cavitação e falta de lubrificação em mais de 30 tipos de ativos rotativos.

Cavitação detectada pela plataforma TRACTIAN

Caso a avaria seja identificada, é gerado um insight de que há uma falha no equipamento com o gráfico de ruptura do perfil de operação, quais são as possíveis causas que levaram a falha e o que deve ser inspecionado para corrigir a falha.

Os insights e todos os gráficos gerados a partir do monitoramento online  podem facilmente ser analisados em um local seguro, através de um computador, tablet ou celular.

Assim,  a segurança dos mantenedores no ambiente de trabalho aumenta e eles só precisam se expor caso seja realmente necessário.

Quer aumentar a segurança das suas intervenções preditivas? Entre em contato e tire suas dúvidas com um de nossos especialistas. 

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Sobre o autor:

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Alex Vedan

Especialista em Design Industrial e Projeto de Produto com ênfase em tecnologia de fabricação digital pela UNESP, com mais de uma década em desenvolvimento de conteúdo. É Sócio e Diretor de Marketing e Comunicação na TRACTIAN.

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