Como automatizar indicadores de manutenção

Geraldo Signorini

Atualizado em 24 out. de 2025

Como automatizar indicadores de manutenção

Como automatizar indicadores de manutenção

Durante décadas, medir a eficiência da manutenção significava enfrentar o mesmo obstáculo: planilhas manuais, cálculos demorados e relatórios que chegavam tarde demais para evitar as falhas que já haviam acontecido.

Em 2025, essa abordagem não se sustenta mais. Em um cenário em que a produção é cada vez mais digital e interconectada, depender de indicadores desatualizados significa operar no escuro, reagindo a problemas que poderiam ter sido previstos.

A automação de indicadores muda completamente essa lógica.

Com sistemas que coletam dados em tempo real, calculam métricas automaticamente e exibem alertas inteligentes, gestores passam a enxergar a performance da manutenção à medida que ela acontece. Em vez de descobrir uma queda de disponibilidade no fechamento do mês, o time age antes que a linha pare.

Neste artigo, você vai entender como automatizar os principais indicadores de manutenção, quais métricas priorizar e como o CMMS da Tractian permite evoluir de uma manutenção baseada em relatórios para uma gestão orientada por dados em tempo real.

Por que automatizar indicadores de manutenção industrial

Indicadores de manutenção são o termômetro da confiabilidade industrial. Eles traduzem o desempenho dos ativos, a eficiência da equipe e a qualidade dos processos em dados objetivos — o que permite medir, comparar e melhorar continuamente.

O problema é que, quando esses indicadores ainda dependem de anotações manuais, planilhas e cálculos mensais, a informação deixa de ser uma ferramenta de gestão e se torna apenas um registro histórico. Além disso, a coleta manual consome horas valiosas da equipe técnica e está sempre sujeita a erros, duplicidades e interpretações diferentes entre turnos.

A automação de indicadores elimina esses gargalos de forma definitiva. 

Com dados coletados e processados automaticamente, cálculos são feitos em tempo real e relatórios são gerados instantaneamente. O impacto é imediato: menos horas improdutivas, decisões baseadas em fatos e total visibilidade sobre o que está acontecendo na planta.

Mas o verdadeiro salto vem quando essa automação acontece dentro de um CMMS inteligente, como o da Tractian. Ao cruzar informações de ordens de serviço, sensores e históricos de falha, o sistema gera indicadores que não apenas medem, mas preveem comportamentos.

É a diferença entre saber o que aconteceu e entender por que aconteceu — e o que fazer para evitar que se repita.

Principais indicadores de manutenção para digitalizar

Nem todos os indicadores de manutenção industrial precisam ser automatizados ao mesmo tempo. O segredo está em priorizar aqueles que geram maior impacto na tomada de decisão e que são mais trabalhosos para calcular manualmente.

Esses seis indicadores formam a base de qualquer programa de manutenção orientado por dados:

MTBF

O Tempo Médio Entre Falhas mede a confiabilidade dos equipamentos calculando quanto tempo, em média, um ativo opera sem apresentar falhas. Este indicador é fundamental para definir frequências de manutenção preventiva e avaliar a eficácia das intervenções realizadas.

Quando automatizado, o MTBF é calculado continuamente, permitindo identificar tendências de degradação antes que se tornem falhas críticas. A automação transforma o MTBF de um número histórico em uma ferramenta preditiva.

MTTR

O Tempo Médio Para Reparo mede a eficiência da equipe de manutenção, calculando quanto tempo é necessário para restaurar um equipamento após uma falha. Um MTTR baixo indica que a equipe é ágil na resolução de problemas, enquanto valores altos podem sinalizar falta de peças ou procedimentos ineficientes.

Com dados automatizados, você consegue ver exatamente onde o tempo está sendo perdido: na identificação do problema, na busca por peças ou na execução do reparo.

Disponibilidade

A disponibilidade mede o percentual de tempo que um equipamento está operacional e pronto para produzir. É calculada usando a fórmula MTBF / (MTBF + MTTR), expressando a relação entre tempo produtivo e tempo total.

Este indicador é crucial para avaliar o impacto da manutenção na produção. Quando a disponibilidade de um equipamento crítico começa a cair, alertas automáticos permitem intervenção antes que a produção seja comprometida.

Confiabilidade

A confiabilidade expressa a probabilidade de um equipamento funcionar sem falhas durante um período específico. É calculada usando a função exponencial e^(-t/MTBF), onde t é o tempo futuro considerado.

Diferente da disponibilidade, que olha para o passado, a confiabilidade projeta o comportamento futuro dos ativos. Com cálculos automatizados, você pode planejar intervenções com base em probabilidades reais de falha.

Custo de manutenção em relação ao faturamento

Este indicador financeiro mede quanto a empresa investe em manutencao como percentual do faturamento total. O CMF é fundamental para justificar investimentos em manutenção e demonstrar o retorno das ações preventivas.

A automação permite acompanhamento financeiro em tempo real, facilitando ajustes orçamentários e demonstração de resultados para a diretoria.

Backlog

O backlog mede o acúmulo de atividades de manutencoa pendentes, expressando quantas horas de trabalho estão aguardando execução. Um backlog controlado indica planejamento adequado, enquanto valores altos podem sinalizar sobrecarga da equipe.

Com backlog automatizado, você consegue balancear a carga de trabalho da equipe e priorizar atividades com base no impacto real na operação.

Etapas para implantar automação de indicadores

A implementação bem-sucedida da automação segue uma sequência lógica que minimiza riscos e maximiza resultados. Começar pelos ativos mais críticos e expandir gradualmente garante que os investimentos gerem retorno desde o início.

Veja como essa jornada acontece na prática:

Etapas para implantar automação de indicadores

1. Mapeamento dos ativos críticos

O primeiro passo é identificar quais equipamentos têm maior impacto na produção e nos custos de manutenção. Critérios como impacto na produção, custo de falha e tempo de reparo ajudam a classificar os ativos por ordem de prioridade.

Equipamentos que param a linha de produção inteira devem ser priorizados sobre aqueles com redundância.

2. Definição de KPIs prioritários

Nem todos os indicadores têm a mesma relevância para cada operação. Uma planta com problemas de disponibilidade deve priorizar MTBF e MTTR, enquanto uma operação com pressão de custos pode focar no CMF.

Uma abordagem gradual, priorizando alguns indicadores essenciais no início, pode facilitar o processo de automação em vez de tentar automatizar tudo de uma vez.

3. Escolha de uma plataforma de coleta automática

A plataforma tecnológica deve ser capaz de integrar diferentes fontes de dados, processar informações em tempo real e apresentar resultados de forma clara. A solução escolhida deve crescer junto com as necessidades da operação.

Flexibilidade e escalabilidade são características essenciais para o sucesso da implementação.

4. Integração com CMMS da Tractian

Um sistema CMMS moderno centraliza todos os dados de manutenção e automatiza o cálculo dos indicadores principais. O CMMS da Tractian processa informações de ordens de serviço, histórico de falhas e tempos de reparo para gerar indicadores automaticamente.

A integração elimina a necessidade de alimentar múltiplos sistemas manualmente, garantindo consistência e precisão nos dados coletados.

5. Configuração de alertas e dashboards

Alertas automáticos garantem que problemas sejam identificados assim que surgem, não apenas durante revisões periódicas. Configure limites para cada indicador baseados no histórico da operação e nas metas estabelecidas.

Dashboards devem apresentar informações de forma clara e hierárquica: visão geral para gestores, detalhes técnicos para engenheiros e alertas específicos para técnicos.

Erros comuns ao medir e analisar indicadores

Mesmo com automação, alguns erros na interpretação e uso dos indicadores podem comprometer os resultados. Conhecer essas armadilhas ajuda a extrair o máximo valor dos dados coletados.

Coleta inconsistente de dados: Quando diferentes técnicos registram informações de formas distintas, os indicadores perdem confiabilidade. A automação padroniza a coleta, eliminando variações humanas que distorcem os resultados.

Cálculos incorretos: Fórmulas aplicadas incorretamente ou dados incompletos geram indicadores enganosos. Sistemas automatizados aplicam as fórmulas corretas consistentemente.

Falta de contextualização: Analisar indicadores isoladamente pode levar a conclusões equivocadas. A automação permite correlacionar diferentes métricas para uma visão completa da operação.

Excesso de indicadores sem foco: Monitorar dezenas de KPIs sem priorização clara dilui a atenção e dificulta a ação. Focar nos indicadores que realmente impactam os objetivos é mais eficaz.

Tecnologias que suportam a automação de indicadores

A automação eficaz de indicadores depende da integração harmoniosa entre diferentes tecnologias. Cada componente tem seu papel específico na coleta, processamento e apresentação dos dados.

Veja algumas tecnologias que podem ajudar na automação dos seus indicadores:

Tecnologias que suportam a automação de indicadores

Sensores de manutenção preditiva

Sensores de vibração industrial, temperatura e outros parâmetros coletam dados continuamente dos equipamentos, alimentando os cálculos em tempo real. A instalação não invasiva permite monitorar equipamentos existentes sem modificações estruturais.

Dados de vibração revelam padrões que antecipam falhas em rolamentos, desalinhamentos e outros problemas mecânicos.

CMMS da Tractian

O CMMS da Tractian processa automaticamente os dados coletados pelos sensores e registros de manutenção, calculando indicadores como MTBF, MTTR e disponibilidade sem intervenção manual. A plataforma integra informações de múltiplas fontes em dashboards unificados.

O sistema também mantém histórico completo dos indicadores, permitindo análise de tendências e comparação de períodos.

Integrações e análise em nuvem

Integrações com sistemas ERP, SCADA e outros softwares corporativos ampliam o escopo dos indicadores, correlacionando dados de manutenção com informações de produção e financeiras. APIs abertas facilitam a conexão com sistemas existentes.

A análise em nuvem permite aplicar algoritmos de machine learning para identificar padrões complexos e fazer previsões mais precisas.

Benefícios da automação de indicadores na manutenção

Automatizar indicadores não é apenas uma questão de eficiência: é uma mudança de paradigma na gestão da manutenção. Quando cada métrica é atualizada em tempo real e vinculada à operação, o gestor deixa de olhar para o retrovisor e passa a dirigir com o painel completo à frente.

Veja alguns benefícios:

1. Visão em tempo real e decisões baseadas em fatos

Com indicadores atualizados automaticamente, as equipes ganham uma visão instantânea do desempenho dos ativos. 

Em vez de depender de relatórios mensais, o gestor acompanha tendências à medida que elas acontecem — podendo agir antes que os desvios comprometam a produção. Essa visibilidade transforma a manutenção em um sistema nervoso ativo da planta, que reage e se adapta continuamente.

2. Ganho de produtividade e uso eficiente de recursos

Ao eliminar tarefas manuais, como preenchimento de planilhas e consolidação de relatórios, a automação libera horas preciosas da equipe técnica.

O tempo antes gasto com cálculo e organização de dados é redirecionado para análise, melhoria contínua e execução. Além disso, a priorização automática de ordens e o balanceamento de backlog permitem melhor alocação de recursos humanos e materiais.

3. Redução de custos e aumento de disponibilidade

Com alertas automáticos e KPIs interconectados, as intervenções passam a ser programadas de forma inteligente — antes das falhas e com menor impacto produtivo.

A redução de emergenciais, somada ao planejamento mais assertivo, gera queda expressiva nos custos corretivos e melhora o índice de disponibilidade geral da planta.

4. Padronização e rastreabilidade total

A automação padroniza o registro de dados e cria um histórico confiável de tudo o que foi feito. Isso fortalece auditorias, facilita certificações e garante rastreabilidade completa das decisões de manutenção.

Cada ação tomada — do alerta à execução — fica registrada, alimentando o ciclo de aprendizado do sistema.

Como interpretar resultados e integrar metas de manutenção

Ter indicadores automatizados é apenas o primeiro passo. O valor real vem da interpretação correta dos dados e da definição de metas que direcionem a operação para melhores resultados.

Análise de tendências é mais valiosa que valores absolutos. Observar se o indicador está melhorando, estável ou deteriorando oferece insights mais acionáveis do que números isolados.

Comparação com benchmarks do setor ajuda a contextualizar os resultados. Saber que sua disponibilidade está abaixo da média do setor indica oportunidade de melhoria, mesmo que seja um resultado aceitável internamente.

Definição de metas SMART (específicas, mensuráveis, atingíveis, relevantes e temporais) transforma indicadores em ferramentas de gestão. Em vez de definir metas genéricas como 'melhorar o MTBF', estabeleça objetivos específicos e mensuráveis para os equipamentos mais críticos ao longo de um período determinado.

Como o CMMS da Tractian automatiza os seus indicadores de manutenção

Com o CMMS da Tractian, cada métrica se transforma em inteligência acionável. O sistema coleta dados de sensores e ordens de serviço, calcula KPIs automaticamente e gera insights em tempo real, sem interferência humana. Assim, o gestor deixa de interpretar números e passa a enxergar tendências, causas e oportunidades — tudo em uma única plataforma, pronta para escalar junto com o crescimento da operação.

Isso aliado a uma implementação rápida e não invasiva, com uma plataforma que se integra com sistemas existentes e que te permite visualizar toda a operação diretamente no celular, no app mobile.

Quer ver na prática? Teste gratuitamente o CMMS da Tractian e veja como automatizar seus indicadores pode revolucionar a forma como você mede, analisa e melhora a performance da sua operação.

Geraldo Signorini
Geraldo Signorini

Engenheiro de Aplicações

Geraldo Signorini é o Diretor Global de Implementação da Tractian, liderando a integração de soluções industriais inovadoras em todo o mundo. Com sólida experiência em confiabilidade e gestão de ativos, possui as certificações CAMA e CMRP e atua como membro do conselho da SMRP, contribuindo para a comunidade global de manutenção. Geraldo é mestre em Engenharia de Confiabilidade e tem ampla expertise em estratégia de manutenção, manufatura enxuta e automação industrial, conduzindo iniciativas que elevam a eficiência operacional e posicionam a manutenção como pilar fundamental da performance industrial.