Segurança na manutenção: conheça algumas tecnologias

A segurança no ambiente de  trabalho passou por grandes avanços desde que saímos do contexto da revolução industrial no século XIX. 

Ao longo dos anos, foram estabelecidas uma série de medidas que protegem a integridade dos trabalhadores e que criam condições adequadas de trabalho no contexto industrial.

Medidas legislativas na indústria

Aliado com as medidas legislativas, o uso de tecnologias cada vez mais sofisticadas para a prevenção de acidentes se tornaram elementos fundamentais na rotina dos trabalhadores.

O uso de equipamentos de proteção individual específicos para cada aplicação, ferramentas mais robustas e medidores analógicos, contribuíram para a diminuição do número de acidentes e doenças ocupacionais.

Acidentes de Trabalho

Nas últimas décadas do séc XX houve uma drástica redução do número de acidentes e doenças laborais no Brasil, garantindo melhores e mais seguras condições de trabalho.

Nos dias atuais, em que vivemos em tempos ainda mais modernos, temos acesso a uma série de novas tecnologias que nos auxiliam em criar ambientes ainda mais seguros, mitigar os riscos e até mesmo evitar a exposição dos profissionais.

Estamos vivenciando a era da informação em que podem-se extrair dados de praticamente todos os tipos de processos para análise e monitoramento. 

Assim vemos a ascensão de soluções de robótica, inteligência artificial, realidade aumentada e de sensores IoT que são alguns dos pilares da Indústria 4.0. 

Descubra o impacto da inteligência artificial na indústria brasileira

Além de trazerem grandes benefícios de qualidade, de produtividade e de gerenciamento, a implementação dessas tecnologias também promovem a segurança no ambiente de trabalho como veremos nos tópicos abaixo.

Realidade virtual e aumentada

Tanto a realidade virtual  quanto a aumentada podem ser utilizadas através de tablets e óculos que possibilitam a visualização em tempo real de diagramas, modelos em 3D e de dados de monitoramento.

As aplicações abrangem desde etapas de projeto, desenvolvimento e operação de diversos processos produtivos em praticamente todas as indústrias.

Realidade virtual

Umas das aplicações mais promissoras dessas tecnologias, é o aspecto educacional que ela possibilita. Assim, através de recursos interativos é possível treinar o manuseio de ferramentas, tarefas e de procedimentos no ambiente virtual.

Também é possível realizar treinamentos em situações de perigo sem que os profissionais tenham que se arriscar. Dessa forma, os profissionais adquirem conhecimentos práticos através de simulações e se tornam mais preparados caso seja necessário agir em situação semelhante.

Automação e Robótica

Segundo a federação internacional de robótica, em 2019 haviam 2,7 milhões de robôs operando em fábricas ao redor do mundo, representando um aumento de 66% em apenas 5 anos.

Uso de robôs na indústria 4.0

Assim, o uso de linhas automatizadas com robôs em processos que realizam tarefas repetitivas e de levantamento de objetos pesados tem se tornado mais comuns  evitando lesões dos trabalhadores.

A tendência é que haja cada vez mais uso de ferramentas robotizadas como braços, garras e exoesqueletos realizando operações com baixo nível de ergonomia para o trabalho humano e que poderiam causar doenças laborais.

O desenvolvimento de robôs mais sofisticados com alta mobilidade podem evitar a exposição dos trabalhadores em atividades de alto risco.

Eles são aptos para acessar locais de difícil acesso que poderiam representar perigo para um humano, como por exemplo inspeções de locais com vazamentos de substâncias tóxicas.

Além disso, graças a integração de sistemas de monitoramento e controle, eles conseguem reagir a sensores que detectam situações perigosas, podendo gerar alertas e até evitar acidentes. 

Assim, segundo a pesquisa do Cameron & al. (2018), estima-se que o uso de robôs e drones podem contribuir para uma redução de até 11% no número de  lesões no ambiente de trabalho até 2030. 

Drones 

Drones têm sido amplamente utilizados na construção civil e em concessionárias de energia elétrica para minimizar a exposição dos profissionais ao risco do trabalho em altura. 

Drones

Com o uso da câmera acoplada é possível ter uma visão área remota das operações e assim inspecionar os locais e componentes sem ter que enviar alguém para ir fisicamente.

De forma semelhante, os drones também podem ser utilizados para acessar locais em espaço confinado como túneis e tanques para realizar inspeções e coletar amostras.

Conheça as normas regulamentadoras para trabalhos em altura e em espaços confinados.

EPI’s inteligentes e wearables

Os equipamentos de proteção individual (EPI’s) são a última linha de defesa para proteger profissionais dos acidentes de trabalho. O uso de capacetes, luvas e óculos, por exemplo, evitam lesões graves em diversos tipos de atividades industriais todos os dias.

Assim, qualquer melhoria que se possa ser feita nesses equipamentos afeta diretamente na segurança dos trabalhadores.

Com esse intuito, tem se desenvolvido os EPI’s inteligentes, ou seja, dispositivos como os EPI’s tradicionais que protegem os profissionais, porém também são embarcados de tecnologia.

Por exemplo, capacetes inteligentes embarcados com soluções capazes de monitorar a localização do usuário, quando usados em conjunto com vestimentas que acendem quando há um alerta de condição insegura, evitam a entrada em locais perigosos ou aproximação indevida de máquinas e equipamentos.

Outro possível exemplo, é o uso de óculos inteligentes na indústria de refrigeração. Algumas empresas disponibilizam aos técnicos de manutenção óculos com câmeras para que eles mostrem aos clientes a execução do serviço de reparo.

Existem também os dispositivos conhecidos como wearables, que são equipamentos embarcados em roupas e acessórios capazes de monitorar as condições fisiológicas dos profissionais.

Relógio que mede pressão dos trabalhadores

Dessa forma, é possível monitorar batimentos cardíacos, pressão arterial e temperatura corporal entre outras informações medicinais que podem determinar quando um profissional está estressado ou fadigado e portanto mais suscetível a um acidente de trabalho.

Assim, é possível recomendar períodos de pausa durante a jornada de trabalho para que os trabalhadores possam descansar e retornar mais atentos ao serviço.

Essas informações fisiológicas dos profissionais se tornam essenciais para atividades perigosas como serviços com eletricidade ou operação de máquinas de grande porte, onde um mal estar pode ocasionar um acidente grave.   

Internet das Coisas

Internet das coisas, também chamada de IoT (Internet of Things), é  um arranjo de uma série de tecnologias que permite que esses dispositivos IoT estejam conectados, podendo compartilhar dados e comandos entre si.

Desse modo, o uso desses dispositivos acaba sendo uma das formas mais avançadas de aumentar a segurança em um ambiente industrial. Sua implementação permite às empresas monitorar as condições das máquinas, do ambiente e até limitar a exposição aos riscos dos trabalhadores.

Por que a internet das coisas veio pra ficar ?

Sensores IoT, como cortinas inteligentes podem detectar a presença de uma pessoa em uma zona de perigo gerando um alerta ou até mesmo travando sistemas que poderiam causar um acidente. 

Também é possível identificar condições do ambiente como aumento anormal de temperatura o que poderia indicar um início de incêndio. Se atrelado com tecnologias de localização como dos wearables, é possível coletar informações cruciais para as equipes de resgate possam agir de forma mais assertiva.

Soluções de IoT como o sensor smart Trac da TRACTIAN, une tecnologias de aquisição de dados, redes sem fio e inteligência artificial para monitorar máquinas e equipamentos que são passíveis de falha.

Assim, através do monitoramento online, realiza-se a coleta de dados de vibração e temperatura possibilitando realizar predições sobre as condições dos equipamentos e intervir antes que ocorra uma falha.

As informações coletadas são exportadas para a plataforma TRACTIAN que utilizando inteligência artificial faz a análise desses dados e consegue identificar falhas, como por exemplo, desgaste, desalinhamento e falta de lubrificação em mais de 30 tipos de ativos rotativos.

Caso a avaria seja identificada, é gerado um insight de que há uma falha no equipamento com o gráfico de ruptura do perfil de operação, quais são as possíveis causas que levaram a falha e o que deve ser inspecionado para corrigir a falha.

Desgaste identificado pela plataforma de monitoramento online

Então, é possível aumentar a confiabilidade de que os ativos estão operando em suas condições nominais evitando um mal funcionamento que poderia levar a um acidente.

Outro caso relevante do uso do Smart Trac para o monitoramento online de ativos, é quando os equipamentos estão localizados em locais de difícil acesso, como espaço confinado ou em altura elevada.

Sensor Smart Trac coletando dados de vibração dos ativos em local confinado

Dessa forma, com o uso desses sensores evita-se que os profissionais tenham que se expor ao risco de ir nesses locais perigosos para realizar uma coleta de dados.

Os insights e todos os gráficos gerados a partir do monitoramento online  podem facilmente ser analisados em um local seguro, através de um computador, tablet ou celular.

Assim,  a segurança dos profissionais no ambiente de trabalho aumenta e eles só precisam se expor caso seja realmente necessário.

Quer aumentar a segurança de trabalho da sua empresa usando tecnologia? Entre em contato e tire suas dúvidas com um de nossos especialistas. 

Erik Cordeiro

Erik Cordeiro

Engenheiro de Aplicações

Engenheiro eletricista formado pela Universidade Federal de São Carlos, especializado em manutenção industrial e gestão de energia. É engenheiro de aplicações na TRACTIAN.

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