A sigla ESG (Ambiental, Social e Governança) ganhou um papel crucial no universo corporativo e já é considerada um diferencial competitivo essencial.
Mas, afinal, o que está por trás dessa crescente adoção de ESG pelas empresas?
É mais do que uma tendência: é uma necessidade para as empresas modernas que desejam manter sua relevância e competitividade.
O estudo “A evolução do ESG no Brasil”, do Pacto Global Rede Brasil com a Stilingue, revela uma perspectiva interessante: dentre 190 organizações entrevistadas, 78,4% já incorporaram os princípios ESG na formulação de suas estratégias de negócio.
Falamos de um nível crescente de conscientização sobre a importância de práticas sustentáveis e responsáveis, não apenas como uma “maquiagem” ética, mas como um fator crítico para o sucesso no mercado atual.
Porém, nós sabemos: é um assunto complexo, um guarda-chuva de conceitos que, por vezes, pode confundir. Não se preocupe. Vamos desatar os nós e mostrar a você o que é, qual a importância e porque o seu negócio deve começar a implementar o ESG.
Vamos lá? É só continuar a leitura!
O que significa ESG e qual sua importância?
ESG é a sigla para Environmental, Social, and Governance (traduzindo, Ambiental, Social e Governança). Trata-se de um índice que mede o nível de sustentabilidade corporativa de uma empresa a partir de 3 diferentes — mas relacionadas — diretrizes.
Os pilares são o seguinte:
- Environmental (Ambiental): foco em práticas sustentáveis, reduzindo impactos ambientais negativos. Aqui, abordam-se questões como emissão de carbono, uso de recursos naturais e gestão de resíduos. É a espinha dorsal de um futuro sustentável.
- Social: relaciona-se com o bem-estar dos funcionários, comunidades locais e cadeias de fornecedores. É sobre criar um ambiente de trabalho justo, promover diversidade e inclusão, e ter um impacto positivo na sociedade.
- Governance (Governança): trata da estrutura e práticas de gestão da empresa. Inclui temas como ética nos negócios, transparência e responsabilidades da administração.
Empresas que investem em ESG, são consideradas maduras no quesito “sustentabilidade empresarial a longo prazo”.
Aqui, falamos de uma sustentabilidade que vai além do lucro, mas abraça o propósito do negócio.
Não por menos, 82% dos executivos brasileiros defendem que os CEOs devem liderar ativamente a agenda ESG no país, conforme pesquisa Panorama ESG no Brasil.
É algo que sinaliza uma mudança notável na liderança corporativa, que prioriza a sustentabilidade e o impacto social como elementos-chave na estratégia corporativa.
Origem do ESG: como e quando surgiu
Que tal dar um passo atrás, até o ano de 2004? Foi quando o documento “Who Cares Wins”, criado pelo Pacto Global da ONU em parceria com o Banco Mundial, desafiou as 50 principais instituições financeiras do mundo a pensar diferente.
O objetivo? Integrar fatores sociais, ambientais e de governança no mercado de capitais.
Foi esse o marco inicial de uma era onde as empresas começaram a entender o poder de impactar positivamente a sociedade e o meio ambiente.
A sigla ESG é mais do que três palavras, mas um convite ao pensamento e à ação.
Conforme o estudo do Pacto Global Rede Brasil, esse é um processo de compreender os impactos, tanto negativos quanto positivos, que as empresas geram e tomar medidas conscientes sobre eles.
Princípios do ESG
Vamos explicar o que cada um dos pilares desse índice significam, veja só:
Ambiental
Neste pilar, as empresas concentram-se em práticas sustentáveis que minimizem o impacto negativo no meio ambiente, incluindo:
- Gestão de Resíduos: implementar estratégias para reduzir, reutilizar e reciclar materiais.
- Uso de Fontes Renováveis de Energia: esforços para migrar para energia limpa, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis.
- Emissões de Carbono: estratégias para diminuir a pegada de carbono.
No contexto industrial, se traduz em processos de produção mais eficientes e sustentáveis, além de contribuir para a construção de uma imagem corporativa responsável e um legado ambiental positivo.
Social
Esse pilar foca no bem-estar humano, englobando:
- Saúde e Segurança dos Trabalhadores: garantir ambientes de trabalho seguros e saudáveis.
- Diversidade e Inclusão: promover um local de trabalho diversificado e inclusivo.
- Relações Comunitárias: engajamento ativo com a comunidade local.
Na indústria, significa não apenas respeitar e cuidar de sua força de trabalho, mas também construir uma relação sólida e positiva com o ambiente ao seu redor.
Governança
A Governança se refere à condução ética e eficaz da organização, o que inclui:
- Transparência: comunicação clara e honesta com stakeholders.
- Ética Empresarial: manter práticas comerciais justas e éticas.
- Responsabilidade Corporativa: tomada de decisão responsável e alinhada com os interesses de todos os stakeholders.
Na prática, uma boa governança se manifesta em gestões transparentes, que promovem a confiança e sustentam o crescimento a longo prazo.
Como o ESG Influencia as Decisões de Investimento?
Agora, já ficou claro que o mundo dos investimentos está mudando, certo? Então saiba que o ESG está no centro desse movimento.
Não é mais apenas sobre o quanto uma empresa ganha, mas como ela ganha.
A agência Bloomberg trouxe um dado que faz qualquer tomador de decisão parar para pensar:
Até 2025, a agenda Ambiental, Social e Governança deve atrair mais de US$53 trilhões em investimentos. Bastante coisa, concorda?
E talvez você se pergunte: “por que essa avalanche de grana está correndo para o ESG?”
Bem, investidores e fundos estão mais espertos e perspicazes. Eles querem colocar seu dinheiro onde haja sustentabilidade, responsabilidade social e uma governança afiada.
Mas eles sabem que esse é um jogo de longo prazo.
De 2020 a 2022, o capital para fundos ESG triplicou — de US$ 29 bilhões para US$ 92 bilhões. E não são apenas fundos maiores, mas mais específicos, pulando de US$ 400 milhões para US$ 600 milhões em média, conforme apontou o Capital Monitor.
E tem mais: uma pesquisa da Preqin mostrou que 29% dos investidores já rejeitaram negócios por causa de ESG, e 43% disseram que repetiriam essa decisão no futuro.
Isso mostra que o ESG não é só um acessório bonito ou um diploma para se pendurar na parede do escritório.
Pelo contrário, é um fator decisivo para atrair investimentos.
Empresas com práticas sólidas dentro deste índice não só brilham mais aos olhos de quem investe, mas também constroem uma base sustentável e resiliente para o futuro.
Falamos sobre construir uma história de sucesso escrita com responsabilidade e visão de futuro.
Como são feitos os investimentos ESG
Investimentos ESG não são algo passageiro, mas estratégias inteligentes que algumas empresas já estão adotando para se destacar no mercado.
Atrair a atenção de fundos ou de investidores-anjo não é algo fácil. Mesmo com um business case sólido, é preciso entregar mais do que uma promessa.
Nesse ponto, o Índice Ambiental, Social e Governança é essencial, pois coloca as organizações em destaque em outras frentes que não apenas sua atividade-fim.
Mas como elas estão realmente fazendo isso?
De acordo com o estudo Panorama ESG no Brasil, 61% das organizações estão aderindo à agenda ESG para fortalecer a reputação da marca no mercado.
Faz sentido!
Pense bem: uma marca forte e responsável é como um ímã para clientes e, claro, investidores.
Além disso, 57% buscam ter um impacto positivo em questões socioambientais, enquanto 40% querem reduzir riscos do Índice — atrelados especialmente aos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) definidos pela ONU.
Lembra daquele ponto que mencionamos anteriormente? Esse é um movimento que vai além do lucro e busca um equilíbrio entre sucesso comercial e responsabilidade social.
Para as empresas brasileiras, os benefícios são claros: 61% veem um aumento na inovação e criatividade, 57% fortalecem o engajamento com os colaboradores e 40% conseguem reduzir riscos ESG.
Isso sem mencionar os 33% que impactam positivamente questões ambientais e sociais e os 27% que fortalecem a reputação no mercado.
De acordo com a MSCI, o processo de integração do ESG nas decisões de investimento segue esse ciclo:
Investir em ESG é, na verdade, investir na própria essência da empresa, tornando-a mais forte, criativa e conectada com o mundo à sua volta.
ESG e Impacto Ambiental: Práticas para um Planeta Mais Verde
Quando falamos sobre ESG e impacto ambiental, estamos basicamente discutindo o futuro do planeta.
As empresas estão pegando firme na gestão de recursos e na redução da pegada de carbono.
Mas como isso acontece na prática?
Primeiro, temos a gestão de recursos: usar menos para fazer mais.
Não à toa, organizações já estão adotando tecnologias mais eficientes, de monitoramento de chão de fábrica, bem como de reciclagem e reutilização para maximizar cada gota de recurso.
Um plus bem-vindo é a adoção de conceitos de economia circular.
E quanto à pegada de carbono? O corte acontece por meio do uso de energias renováveis e processos mais limpos.
O bacana é que essas práticas não só ajudam o planeta, mas também trazem benefícios tangíveis para as empresas.
Não se engane: falamos sim de questões que impactam a parte ambiental, mas que também influenciam muito na economia dos custos operacionais e melhorias na eficiência. Tudo isso reflete positivamente na reputação do negócio.
Aspecto Social do ESG: Diversidade, Inclusão e Bem-Estar
No coração do pilar social, estão a diversidade, a inclusão e o bem-estar dos colaboradores.
E não é só conversa fiada, as organização estão realmente agindo.
Pense nisso: um ambiente de trabalho onde todo mundo se sente valorizado e respeitado… Não é somente algo bacana, mas um movimento inteligente.
Empresas líderes estão adotando políticas para promover a diversidade e inclusão, indo além das cotas.
Elas estão criando culturas onde as diferenças são celebradas e todos têm voz.
E sobre o bem-estar?
Programas de saúde mental, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, e até espaços de trabalho mais humanizados estão se tornando comuns.
Qualquer talento, empregado ou não, abre um sorriso ao ler palavras-chave como essas que mencionamos acima.
Governança Corporativa: Ética e Transparência nos Negócios
Esse pilar trata sobre ética empresarial e transparência.
Mas por que isso é tão crucial?
Uma governança forte significa jogar limpo, ser transparente nas operações e tomar decisões éticas.
Por cima, parece algo básico, certo? Mas muitos negócios — ou melhor, seus tomadores de decisão — optam pela outra via.
Uma boa governança não só evita riscos como escândalos e multas, mas também constrói um maior nível de confiança com os stakeholders.
Responda rapidamente: quando você sabe que uma empresa é dirigida por pessoas que valorizam a ética, você confia mais nela, certo?
E aqui vai um dado para complementar:
Em 2020, empresas com alta pontuação ESG tiveram um desempenho melhor que o mercado geral, com retorno total médio de 27,46% contra 22,14%, segundo a MSCI ESG Research.
Ou seja, a boa governança não é apenas um selo de responsabilidade, mas um motor real de desempenho e confiança no mercado.
Desafios e Estratégias para Implementar Práticas ESG
Se você pensou que implementar ESG é complexo, tem certa razão. Há desafios reais que permeiam essa iniciativa.
O Panorama ESG no Brasil joga luz sobre esse fato:
Desde lideranças não comprometidas (15%) até a dificuldade de mensurar indicadores ESG (38%).
Falta de conhecimento interno, ausência de cultura de sustentabilidade e dificuldades financeiras.
Mas, e aí, como virar esse jogo?
Primeiro, ainda baseado no estudo, é vital ter uma equipe dedicada à gestão de projetos ESG (34%).
É algo que mostra comprometimento, motiva o time e direciona esforços.
Porém, não pense que esse é um investimento para depois. Na verdade, 48% das empresas já incorporam a sustentabilidade em sua estratégia de negócios, enquanto 53% a integram em seus valores.
A sua ainda não? Então saiba que quase metade dos seus concorrentes já deu um grande passo para criar uma cultura forte de sustentabilidade.
E se você está meio perdido por onde começar, veja bem: investir em práticas ambientais pode ser um bom ponto de partida.
A reciclagem e otimização de recursos estão no radar de 46% das empresas, e 38% estão investindo em inovações de produtos e serviços mais sustentáveis.
São boas opções de um começo para quem quer marcar seu território nos Índices Ambiental, Social e Governança.
ESG no Brasil: Avanços e Oportunidades
No Brasil, já estamos no caminho, mas ainda temos um longo percurso pela frente.
Veja bem: 47% das organizações já estão implementando práticas ESG e 31% planejam aderir à agenda.
Isso é um bom começo, mas precisamos de mais.
Veja algumas das iniciativas mais marcantes de empresas brasileiras ou com um pé no país, de acordo com o Anuário Integridade ESG:
- Ambev: líder nesse tipo de iniciativa, a Ambev está fazendo barulho não só com suas bebidas, mas com suas práticas sustentáveis e inclusivas, especialmente em relação à comunidade LGBTQIA+.
- Natura: no mundo dos cosméticos, a empresa não foca apenas nos produtos, mas também no aspecto ambiental. Em colaboração com comunidades locais, já conseguiu proteger mais de 2 milhões de hectares de florestas tropicais.
- Magazine Luiza: no varejo, a empresa é exemplo. Uma de suas principais iniciativas tem relação com a logística reversa (com apoio de mais de 500 coletores por todo Brasil), bem como o pioneirismo em relação à conversão da sua frota de veículos, investindo em caminhões elétricos.
- Gerdau: a gigante do segmento de aços, se comprometeu com o objetivo de neutralidade de carbono até 2050. Todo ano, a empresa publica dados auditados sobre seu nível de emissão.
Conclusão
E agora? Esse é só o começo da sua jornada ESG no mundo dos negócios.
Esse é um pilar fundamental para qualquer empresa que olha para o futuro e que busca solidificar sua estratégia. É como montar um quebra-cabeça onde cada peça — ambiental, social e governança — é crucial.
ESG: como começar?
Nossas dicas são um ponto de partida interessante.
O importante é integrar o ESG nas estratégias de negócios e desenvolvimento sustentável da sua empresa — além de visar o bem para o planeta e para as pessoas, é uma decisão inteligente para sua organização.