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Indicador RAV: Entenda sua importância para a Manutenção

RAV ou Indicador RAV é a sigla em inglês para Replacement Asset Value, e sua tradução para o português significa “Valor do Ativo de Substituição” ou comumente chamado de “Valor Estimado de Reposição”.

Esse valor estimado de reposição é o custo para substituir um ativo por outro, de valor igual ou superior naquele momento. É uma métrica útil para determinar como gerenciar ativos quando surge a necessidade de decidir entre reparar ou substituir. Em linhas gerais, são todos os custos envolvidos durante a vida útil de um ativo, conjunto de ativos ou planta fabril.

Nesse artigo, falaremos mais sobre o indicador RAV, e sua importância na manutenção de ativos industriais.

Variáveis a serem consideradas ao calcular o indicador RAV

Do indicador RAV, são derivados vários outros indicadores que direcionam as tomadas de decisões na manutenção e nas indústrias. Porém, algumas variáveis e termos são necessários conhecimento para cálculo desse indicador:

  • A tecnologia e a complexidade do ativo

Ativos mais complexos ou tecnologicamente avançados podem exigir mais recursos para instalação, comissionamento e operação, o que pode aumentar significativamente o RAV.

  • O estágio do ciclo de vida do ativo

A idade e a condição do ativo podem influenciar o custo de substituição do mesmo.

  • Fatores externos

Fatores como os preços de mercado, taxas de inflação e disponibilidade de recursos também podem afetar o RAV.

  • Depreciação

Uma das formas essenciais de medir os custos de uma planta industrial e de seus ativos é entender os custos que envolvem a depreciação.

Depreciação é um tipo de custo com perda de valor dos bens tangíveis de um ativo imobilizado. Ativos que estão sujeitos ao desgaste pelo tempo de uso, pela ação da natureza ou por se tornar obsoleto.

Para melhor entendimento é preciso enfatizar que existem três métodos para avaliar uma depreciação:

  • Método Linear: acontece de maneira uniforme, ou seja, um montante igual do valor do ativo é depreciado a cada ano durante sua vida útil. A forma mais comum que as empresas utilizam no cálculo de despesas e perda de valor do seu ativo.
  • Método Redução Percentual: uma taxa percentual constante do custo do Ativo é deduzida a cada ano. Ou seja, no início da vida útil de um ativo, o valor da depreciação é maior do que ao final. Isso porque a redução do valor da depreciação acontece de forma progressiva, conforme o bem envelhece.
  • Depreciação por uso: como o próprio nome diz, a depreciação é feita pelo tempo de uso ou produção esperada do Ativo. Esse método resulta na despesa usada como valor da depreciação usando a fórmula: Depreciação = valor original do bem x taxa de depreciação.
Planejamento do ciclo de vida de ativos: Planejamento, Aquisição, Operação, Manutenção e Descarte

Valor de Reposição do Ativo e a Manutenção

O custo de manutenção em função do valor de reposição do ativo (RAV) é a medida de referência universal do desempenho operacional de um ativo.

O que vamos entender agora é como que o tempo para o ativo se depreciar pode variar, sendo muitas as situações que corroboram para essa afirmativa, dentre as quais podemos citar:

  • Tipo de Ativo e sua finalidade;
  • Tempo em operação no dia a dia;
  • Condições de trabalho;
  • Manutenção;
  • Condições de suas instalações (se for o caso);
  • Formas de como é usado.

Portanto, a forma de operação e como se faz a manutenção desse ativo são fatores preponderantes para determinar a velocidade dessa depreciação. Entender os custos para manter um ativo em suas condições básicas é essencial para avaliar o momento de substituir ou não esse ativo.

Taxa do Custo de Reposição do Ativo (RAV%)

A taxa de reposição do ativo RAV% é um indicador que irá conduzir uma análise sobre o custo despendido em manutenção do ativo no ano. A variação deste indicador traz algumas informações sobre a saúde do ativo, por exemplo, maior que 3% indica que este ativo está gastando mais do que a média das indústrias, caso esteja em torno de 2% indica que participa de um grupo seleto das melhores práticas de manutenção.

Agora a excelência operacional e de manutenção é um índice de 1%, onde se requer mentalidades e paradigmas totalmente novos em todo o negócio sobre a forma de projetar, operar e gerenciar sua operação.

O cálculo do RAV% mede dois componentes do processo de manutenção:

  • Efetividade: A manutenção pode ser muito eficaz, com alta confiabilidade de ativos, ciclo de vida saudável dos ativos e horas extras mínimas. No entanto, se seus custos de manutenção forem mais altos do que os benchmarks da indústria, você está fazendo manutenção excessiva em seus equipamentos e/ou tem um problema de eficiência.
  • Eficiência: Se você sofre com baixa confiabilidade, custos elevados de manutenção de emergência e custos elevados de inventário, sua equipe pode ainda ser altamente eficiente, mas a efetividade do seu programa de manutenção é definitivamente baixa, e o desempenho dos ativos provavelmente é deficiente.
Gráfico representando planejamento do ciclo de vida de ativos

Como calcular o indicador RAV com base no custo de manutenção?

O custo de manutenção como uma porcentagem do RAV pode ser calculado com a seguinte equação.

fórmula para calcular indicador RAV com base no custo de manutenção

Exemplo de aplicação: vamos exemplificar com base em um ativo com custo total de manutenção no ano de R$100.000,00. Esse mesmo ativo novo para aquisição custa R$2.500.000,00. Aplicando a fórmula teremos:

exemplo de cálculo indicador RAV

Como podemos notar, é um cálculo bem simples, mas pode ser influenciado por dados de custos não reais, isso é preciso se atentar.

Você ouvirá pessoas sugerindo que você deve direcionar os gastos com manutenção para, ou abaixo de, 3% do seu RAV. Embora isso possa ser verdade para alguns, cada setor será diferente.

Muitas variáveis afetam o que é considerado normal em sua indústria, incluindo:

  • Tamanho da empresa
  • Localização geográfica
  • Produto produzido
  • Complexidade da planta
  • Preço de compra do equipamento e seu custo de manutenção contínua

Por exemplo, se você possui ativos estáticos em um ambiente favorável, pode esperar uma porcentagem menor de CM/RAV do que em uma indústria altamente regulamentada e complexa que opera em um ambiente corrosivo.

Seja qual for o seu caso, você deve buscar reduzir a porcentagem sem prejudicar a eficácia e a confiabilidade de sua manutenção. Procure manter-se em porcentagens de um dígito – quanto menor, melhor.

Você pode enfrentar dificuldades para encontrar dados confiáveis de referência do setor para medir seu desempenho. Se for o caso, use a porcentagem como um KPI interno que apoie uma iniciativa de melhoria contínua.

Diferenciar custos para grupo de ativos

Uma outra questão importante, é que você precisa distinguir o custo de manutenção conforme o tipo de ativo. Os desgastes entre um e outro são distintos e notadamente máquinas e equipamentos produtivos se deterioram mais rapidamente do que ativos estacionários, como tanques, silos, etc. E também porque têm custos de manutenção muito diferentes, por isso o custo de RAV deve ser separado para cada categoria, além de ter um RAV combinado para a operação.

Além disso, todo ativo possui uma expectativa de vida, indicada em projeto ou prevista pelo fabricante. Se a idade atual do ativo representa 70% ou mais da idade projetada, ele está em idade avançada.

Também podemos citar que a condição de uso é um indicativo de como o ativo está sendo degradado. Todo ativo possui uma capacidade prevista em projeto ou indicada pelo fabricante. Se ele estiver operando acima desta capacidade, terá taxas de falhas elevadas, mesmo não estando em idade avançada. O mesmo ocorre se estiver operando em um ambiente mais agressivo que o previsto no projeto.

Entender o ciclo de vida de um ativo ou planta industrial é determinante para manter a saúde financeira de uma organização. E para isso temos muitas ferramentas e estratégias de manutenção para fazer frente a essas necessidades. Por isso é importante esse indicador com base no RAV, que na manutenção chamamos de CPMV – Custo de manutenção sobre valor de reposição.

E para termos um controle apurado das atividades de manutenção, entender o ciclo de vida de um ativo de acordo com o que ele foi projetado, a solução começa na Gestão. E para que isso ocorra é necessário um sistema de gestão de ativos EAM.

Esse sistema de gestão é uma solução que otimiza os processos na condução das atividades de trabalho. Além disso, corrobora com uma gestão mais assertiva de todos os processos que envolvem a Manutenção.

Um adequado sistema de gestão, melhoramos as possibilidades de reduzir as paradas indesejáveis e com isso prolongar a vida útil dos ativos. Isso com certeza vai refletir em melhores índices de RAV, além de otimizar os recursos disponíveis e melhorar o fluxo de trabalho de manutenção em geral.

Dados e informação são fundamentais para a tomada de decisão na gestão da manutenção e um software adequado faz toda a diferença.

author-Marianna Musso
Marianna Musso

Engenheira Civil pela Universidade Federal do Espírito Santo, pós graduada em Gerenciamento de Projetos pela FGV, especialista em gestão de manutenção industrial. É engenheira de aplicações na TRACTIAN.

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