Como prever falhas em motores de moenda sob carga variável

Gustavo Benvenutti

Atualizado em 05 set. de 2025

Como prever falhas em motores de moenda sob carga variável

Como prever falhas em motores de moenda sob carga variável

Quem trabalha com moenda sabe: o desafio não está em fazer a manutenção acontecer, mas em saber quando ela realmente precisa acontecer.

O motor pode estar operando com torque alto, carga flutuando, alimentação irregular e ainda assim parecer estável, até de repente não estar mais. O problema nesse setor é que a falha não aparece de forma clara. Na verdade, acaba diluída na rotina. 

Isso normalmente se dá a partir de vibração dentro do limite, temperatura um pouco acima da média, leve desvio no comportamento — sinais que não justificam uma parada, mas também não podem ser ignorados.

É exatamente aí que mora o risco. Porque o motor da moenda não falha de forma linear. Ele degrada sob variação. E quando o comportamento começa a se descolar do padrão, mesmo que discretamente, já não basta confiar na preventiva agendada ou na sensibilidade da equipe.

Neste guia, vamos te mostrar como detectar falhas que se escondem na instabilidade da carga, o que diferencia um pico de vibração tolerável de uma anomalia em evolução e o que muda na rotina do PCM quando o sistema realmente entende o comportamento do ativo, e não só os números dele.

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Carga instável não justifica falha inesperada

A carga variável da moenda não é novidade para ninguém. Ela faz parte do processo e molda o comportamento do motor durante toda a safra. A questão não é a variação em si, mas o quanto ela dificulta a leitura de falhas em estágio inicial.

Quando o torque sobe e desce o tempo todo, o motor passa a operar com uma faixa mais ampla de comportamento, e é justamente aí que o diagnóstico convencional falha. Porque começa a tratar como “normal” o que, na prática, pode ser o início de uma degradação.

O problema não está em identificar o que está fora da média. O desafio real é identificar o que está fora do padrão do ativo, considerando a sua rotina de carga e a sua condição operacional específica.

Um pico de vibração de 2,8 mm/s pode não representar nada em uma condição estática. Mas quando acontece após uma sequência de ciclos com carga acima de 90%, aliado a um aumento de temperatura residual e leve perda de eficiência, já não é mais um dado neutro — é um indício.

E é esse tipo de leitura que o time técnico precisa ter. Não dá mais para isolar sintoma de contexto. Em motores de moenda, carga variável não pode ser usada como desculpa para falha inesperada. Ela precisa ser tratada como parte do diagnóstico.

Como impedir falhas de motores de moenda

Desbalanceamento, desalinhamento, desgaste de rolamentos: nada disso acontece de forma abrupta. Essas falhas não surgem como um evento isolado. Elas se formam em sequência, por acúmulo de variações que, na rotina da moenda, são facilmente interpretadas como normais.

Um motor operando com vibração axial crescente, pequenas oscilações térmicas e ruído intermitente, por exemplo, não acende alerta imediato para quem acompanha a máquina apenas em inspeções visuais ou coletas pontuais de vibração. Só que esse comportamento, quando analisado em conjunto e em tempo real, aponta para algo muito mais sério: uma anomalia em evolução.

Foi exatamente esse tipo de leitura que impediu a falha de um motor de moenda em uma usina no interior de São Paulo. A UISA, uma biorrefinaria com vasta operação (mais de 200 ativos críticos monitorados), integrou 23 sistemas à plataforma Tractian e passou a detectar deteriorações antes que elas se agravassem, elevando a disponibilidade dos ativos e alcançando performance recorde durante a safra.

Com um sistema que detecta elevações incomuns de vibração em regime intermitente, qualquer indústria consegue evitar paradas de moagem e um possível retrabalho por parte do time de manutenção.

Esse é o ponto: não é sobre identificar um número fora da curva. É sobre entender o que aquele desvio representa, dentro do contexto daquela operação.

E essa leitura precisa acontecer no mesmo ritmo da planta, ou seja, em tempo real, com base no comportamento, e com clareza para tomada de decisão. Sem isso, a falha passa. E quando aparece, é tarde demais para agir com eficiência.

O diferencial de um diagnóstico inteligente na manutenção

Não é a ausência de dados que impede a detecção precoce de falhas. Na maioria dos casos, o problema está no tipo de leitura que se faz dele.

Sensores tradicionais, isolados do contexto da operação, funcionam como medidores de grandeza: informam temperatura, vibração e outras variáveis em valores absolutos. Só que motor de moenda operando com carga variável não responde bem a leitura estática. 

O comportamento muda minuto a minuto, e um valor aceitável agora pode ser o início de uma falha daqui a dois ciclos de moagem.

É aqui que entra a diferença da análise preditiva com inteligência embarcada: o sistema interpreta o comportamento do ativo com base no histórico individual, nas condições específicas de carga e no padrão de operação daquela planta. O desvio é lido em contexto, não como exceção genérica.

Na prática, isso significa que o sistema não emite alerta porque “passou do limite técnico”. Ele emite alerta porque aquele comportamento nunca aconteceu naquele motor, naquela condição. É comportamento fora de padrão, não apenas fora da norma.

Esse tipo de análise muda completamente a lógica de atuação do PCM. Em vez de reagir ao sintoma, a equipe atua sobre a causa. Em vez de esperar a quebra, antecipa a correção. E o melhor: com clareza técnica suficiente para justificar cada OS emitida.

Qual é o sensor de monitoramento preditivo certo?

Não é difícil encontrar sensores ou sistemas que prometem monitoramento preditivo. O problema começa quando eles chegam ao campo e não acompanham a realidade da moenda.

Ambiente agressivo, sem cobertura de rede, vibração constante, poeira, calor e umidade — essa é a base do dia a dia. Qualquer tecnologia que exija cabeamento, infraestrutura de TI ou coleta manual já nasce incompatível com o ritmo da moagem.

Para funcionar na prática, a solução precisa ser:

  • Autônoma em conectividade: sensores que se comunicam por rede própria, sem depender de Wi-Fi ou estrutura da planta.
  • Resistente e industrial: proteção contra impactos, IP elevado, certificação para áreas classificadas (se necessário).
  • Simples de instalar: nada de retrofit ou projeto de semanas. Plugou, configurou e começou a coletar — mesmo com o ativo em operação.
  • Integrada ao sistema de manutenção: não basta emitir alerta. O dado tem que virar OS, com prioridade técnica, histórico do ativo e vínculo com peça de estoque.

É isso que define se o sensor vai ser mais uma tela para consultar, ou se ele realmente vai fazer parte do fluxo de decisão da manutenção.

Quando bem implementado, esse tipo de solução reduz a margem para erro, corta intervenções desnecessárias e ainda fortalece o alinhamento entre técnico, PCM e gerente industrial. 

Como prever falhas em motores de moenda sob carga variável

Como a Tractian te ajuda a cuidar dos seus motores de moenda

Detectar falhas em motores de moenda sob carga variável não é questão de mais atenção, mas de capacidade técnica. E atenção nenhuma substitui a visibilidade contínua sobre o comportamento real do ativo.

É justamente por isso que o monitoramento preditivo da Tractian vem sendo adotado por usinas em pleno ritmo de moagem: com sensores industriais instalados diretamente nos motores, é possível acompanhar vibração e temperatura em tempo real, mesmo nas condições mais instáveis de operação.

Quando há desvio, o sistema não só dispara o alerta: ele aponta o tipo de falha mais provável, o estágio de evolução e a criticidade da intervenção, com ajuste dinâmico conforme a importância do equipamento dentro da planta.

Isso elimina alarmes falsos, reduz inspeções desnecessárias e garante que o técnico atue com antecedência, baseado em dados contextualizados, mesmo com variações constantes de carga. A IA da Tractian aprende com cada alerta validado ou descartado, tornando o sistema cada vez mais preciso.

Em usinas onde cada hora de parada custa caro, isso se traduz em mais disponibilidade, menos custo e uma operação muito mais previsível.

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