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Lubrificação industrial: tipos de lubrificantes e métodos

Tempo de leitura: 9 min

Você já observou como uma máquina industrial funciona? Todas as engrenagens, motores, peças e componentes estão interligados. Portanto, elas só vão funcionar corretamente com uma boa lubrificação. 

Ela tem um papel importante em manter a integridade, reduzir choques e aumentar a vida útil dos ativos. Além disso, quando corretamente aplicada, minimiza danos causados por altas temperaturas, corrosão e atritos.

Um dos principais fatores para as empresas terem altos custos de manutenção corretiva não planejada são falhas relacionadas à lubrificação inadequada — já que, geralmente, não é dada a devida importância a essa técnica. Entretanto, é considerada essencial para manter um funcionamento perfeito do maquinário.

Demonstrativo do lubrificante aplicado na superfície do equipamento.

Neste texto vamos te explicar a importância, tipos de lubrificantes e classificações na indústria.

O que é lubrificação?

O lubrificante industrial é uma substância que reduz atrito e desgaste entre peças de um ativo. 

Ela forma uma película protetora que proporciona um deslizamento fácil entre os componentes, evitando não só o aumento da temperatura e corrosão, como diminuição do desgaste. Também é fundamental para garantir a segurança e a durabilidade da cadeia produtiva.

Como o lubrificante impede que gere atritos.

É preciso considerar alguns pontos como: tipo de lubrificante, qualidade e função. Lembrando que cada aparelho industrial é específico e exige um tipo de lubrificante.

Tipos de lubrificantes industriais: Como os lubrificantes industriais são classificados?  

Lubrificantes industriais possuem papel fundamental na manutenção, já que protegem componentes e aumentam a vida útil dos ativos. São classificados de acordo com estado físico em: líquidos, pastosos, sólidos ou gasosos.

Lubrificantes líquidos

Compostos por óleo básico e aditivo, são usados em componentes que demandam alta velocidade e carga. Entretanto apresentam baixa viscosidade e perda de atrito. São divididos em três categorias: orgânico, mineral e sintético. 

O orgânico tem como base principal gorduras vegetais e animais, enquanto o óleo mineral é extraído do petróleo. Já os com base sintética são desenvolvidos em laboratório, com um custo mais elevado. 

Pastosos

Chamados de graxas, geralmente são mais gordurosos e utilizados no “meio termo” entre líquido e sólido. São usados quando os óleos não conseguem parar no local necessário, criando uma boa lubrificação. O intuito é diminuir atrito, aquecimento, desgaste e preservar a máquina da corrosão.

Lubrificantes sólidos

Usado em condições extremas, são inseridos entre componentes das peças que trabalham em atrito. Resistem a altas temperaturas (500ºC ou mais) e os mais usados são: Grafite, Óxido de zinco (Zn 02), Talco, Mica, Bissulfeto de Molibdênio (MoS₂).

Gasosos

Aplicado em casos especiais, quando não é possível usar outros lubrificantes. Os gases normalmente utilizados são: Nitrogênio e Hélio. 

Além de promoverem baixo atrito devido à viscosidade, podem ser usados em algumas faixas de temperatura. No entanto, têm baixa capacidade de carga e necessitam de componentes com bom acabamento. 

Uma viscosidade adequada é o que mantém uma boa lubrificação. Por exemplo, se o lubrificante for líquido, chegará mais rápido ao local, mas não ficará lá por muito tempo. Quanto mais grosso, mais difícil de escorrer, deixando as peças mais lubrificadas.

Representação de uma boa lubrificação, prejudicada e seca e desgate

Aditivos para óleos lubrificantes 

Aditivos apresentam uma característica simples: melhorar performance e potencializar propriedades do óleo. Cada maquinário industrial requer um tipo, com aplicações distintas.

Alguns deles são: detergentes, anticorrosivos, antioxidantes, antiespumantes, extrema pressão e melhorador de viscosidade.

Detergentes: mais comum, servem para limpar o sistema, mantendo a partícula insolúvel e minimizando acúmulo de substâncias indesejáveis. 

Anticorrosivos: capacidade de neutralizar materiais ácidos, que possivelmente acarretaria na corrosão dos metais, ajudando na vida útil do ativo.

Antioxidantes: retardam o processo de oxidação do óleo básico, trazendo mais durabilidade ao lubrificante.

Antiespumantes: evitam que o processo de ferrugem atinja as peças. Esse aditivo é comum nas máquinas com contato direto com a água. 

Extrema pressão: evitam que o óleo cause problemas ao ativo e forme pequenas soldas quando submetido a grandes pressões. Utilizado para evitar desgaste, pressão e arranhadura no metal.

Melhoradores de viscosidade: conforme a temperatura do ativo se eleva, óleos podem sofrer alterações na composição. Então, sua principal característica é reduzir a volatilidade do lubrificante. 

Lubrificação em sistemas de transmissão

Sistemas de transmissão são responsáveis por transmitir potência, torque e rotação entre componentes dos maquinários industriais, garantindo seu funcionamento total. 

Todas as movimentações também são síncronas, pois os elementos conseguem corrigir desalinhamentos, vibrações anômalas e outros problemas que podem diminuir a vida útil dos equipamentos.

Rolamentos

Pode ser lubrificado com graxa ou óleo. O segundo é mais caro, porém são fáceis de distribuir. A graxa é mais barata e melhora a vedação, já que é mais firme e não tem possibilidade de escorrer.

Quando feita de forma correta evita o contato metálico direto entre os corpos rolantes, pistas e gaiolas do rolamento. Previne desgaste e protege superfícies contra a corrosão.

Mancais

São divididos em dois tipos: mancal de deslizamento e rolamento. O primeiro, em consequência do atrito entre o eixo e a bucha, precisa de maior lubrificação em óleo.

Já no segundo, é usada uma menor quantidade de lubrificante. Elas podem ser feitas a óleo e graxa. Com o óleo, o nível deve sempre ser monitorado, já que quando estiver baixo precisa ser complementado.

Correntes

Com pontos de difícil acesso, é essencial que o lubrificante entre em todas as partes – que devem ser protegidas contra sujeira. A falta dela nas correntes causa desgastes e diminui o tempo de vida do equipamento. Por isso, deve ser feita com as ferramentas adequadas. Existem quatro métodos para a corrente: manual, gotejamento, disco e fluxo. 

No método manual, o óleo deve ser aplicado com uma escova/pincel a cada oito horas de operação, isso permite melhor penetração nas juntas da corrente. Com o gotejamento, as gotas precisam ser direcionadas entre as bordas da placa em um período determinado. A frequência desse método garante a penetração correta.

No disco, é usado banho de óleo, contudo, a corrente vai operar acima do nível. O disco absorve o óleo e depois, por meio de placas de flexão, transfere para a corrente. Por último, o de fluxo. Nele, há um sistema que direciona para a corrente de forma constante.

A importância da lubrificação 

Além de reduzir desgaste entre peças, não só é capaz de diminuir o calor produzido, mas também possui outros benefícios:

  • Controle de temperatura: absorve calor gerado entre componentes e auxilia no controle da refrigeração dos sistemas; 
  • Redução de choques: lubrificante absorve impacto gerado entre superfícies sólidas;
  • Protege contra a corrosão: não há contato entre materiais corrosivos e peças metálicas;
  • Limpeza das peças: permite a remoção de partículas conduzidas pelos lubrificantes; 
  • Aumento da vida útil: a melhor forma de manter os componentes seguros e prolongar a vida útil das máquinas;
  • Produtividade: ela permite que peças trabalhem por mais tempo, e, consequentemente, aumentam produção;
  • Reduz acidentes: quando o padrão é estabelecido e seguido, o risco de acidentes entre equipamento e indivíduo é reduzido. 

Principais erros na lubrificação e como evitá-los

Os principais erros surgem do da falta de uso ou aplicação incorreta de lubrificantes. As peças se aquecem, causando atrito entre os componentes. 

O excesso pode fazer com que a peça saia do lugar. Por isso, o profissional da manutenção deve estar atento aos limites e condições impostas pelos fabricantes. 

Como os ativos têm características e dependem do bom funcionamento delas para trabalhar adequadamente, o uso do tipo errado de lubrificante também pode causar sérios problemas e levar à perda da garantia.

A contaminação, além de ser difícil de tratar, também pode ocasionar possíveis falhas em máquinas. A falta de limpeza frequente pode trazer prejuízos a sua empresa, já que o custo benefício é alto. Para evitar esses erros, é necessário monitorar constantemente. No monitoramento online, sensores IoT coletam dados assertivos para entender a condição real em que o ativo e seus componentes se encontram.

Monitoramento e falhas de lubrificação 

Os problemas que a envolvem são extremamente comuns no dia a dia da manutenção. Estudos, inclusive, mostram que eles representam 1/3 de todas as falhas que acometem equipamentos rotativos.

Para que as falhas não prejudiquem sua rotina, é necessário adotar um plano de manutenção para ela que, ao invés de trazer mais papelada e burocracia, pode ser facilmente integrada na rotina da equipe.

O uso de sensores IoT, como o Smart Trac da TRACTIAN, é uma alternativa para o monitoramento online de ativos. A tecnologia analisa dados de vibração, temperatura e horímetro em tempo real, fornecendo também insights preditivos e automáticos. Além disso, também envia alertas e te ajuda a antecipar inúmeros tipos de falhas – dentre elas, os problemas relacionados à lubrificação.

Alerta gerado quando a plataforma identifica problemas na lubrificação do ativo

Através da análise de vibração e acompanhamento dos ruídos gerados pelo ativo – como a presença dos famosos “carpetes”, isto é, um ruído (possível de visualizar por meio de gráficos) que se estende a uma região do espectro de vibração -, a tecnologia da TRACTIAN permite identificar prontamente e com mais clareza problemas na lubrificação. 

Veja, no espectro abaixo, um exemplo de alerta avisando sobre uma falha na lubrificação de um mancal.

Insight gerado após detecção nas falhas geradas por conta da falta de lubrificação

Podemos observar no insight acima, além da ruptura de 877,21% – que, nesse caso, é relacionada aos valores de ruído e não aos da aceleração -, o “carpete”. Ele aparece como um ruído que se estende por uma região do espectro de vibração. E, ao invés de picos bem definidos (como podemos ver no início do gráfico), encontramos vários picos pequenos e distribuídos, como se houvesse uma elevação do “chão” do espectro.

Após execução da manutenção, ativo volta ao normal.

Assim que é realizada, os valores padrões já voltam ao normal e, com o problema corrigido, o ativo sai de forma automática do estado de alerta.

Como você observou acima, ao menor sinal de problema, insights são enviados aos responsáveis. Evitando, assim, a progressão de falhas mais graves e permitindo que a equipe prossiga com agilidade na manutenção. 

Você sabe o que é o ISO 9001? Saiba mais sobre o software para gestão de ativos alinhado com as normas

Outra ferramenta importante para te auxiliar a modernizar os processos industriais é o uso de um CMMS especializado, como o TracOS™. A plataforma, quando alinhada com os sensores, torna muito mais fácil a execução das tarefas, através de, por exemplo, uma ordem de serviço automatizada

Se um ativo precisa ter o óleo trocado a cada 10.000 horas, uma ordem de serviço pode ser criada e programada, uma única vez, dentro do TracOS™. O software tem um horímetro e, automaticamente, será feita uma OS para ser executada com a periodicidade desejada. 

Percebeu como a lubrificação é uma das protagonistas no maquinário industrial? Como foi explicado, seu uso é fundamental para garantir o desempenho correto dos ativos, evitando que falhas e desalinhamentos aconteçam. 

Quer saber como antecipar falhas de lubrificação e tornar sua rotina de manutenção mais assertiva? Entre em contato com um de nossos especialistas e agende uma demonstração gratuita.

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Sobre o autor:

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Alex Vedan

Especialista em Design Industrial e Projeto de Produto com ênfase em tecnologia de fabricação digital pela UNESP, com mais de uma década em desenvolvimento de conteúdo. É Sócio e Diretor de Marketing e Comunicação na TRACTIAN.

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