ESG na Indústria Alimentícia: como o CMMS reduz o impacto ambiental

Tractian

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Editorial

Atualizado em 08 ago. de 2025

ESG na Indústria Alimentícia: como o CMMS reduz o impacto ambiental

ESG na Indústria Alimentícia:  como o CMMS reduz o impacto ambiental

A indústria alimentícia está no centro de uma transformação que vai muito além da eficiência operacional. Pressões regulatórias, demandas de investidores e expectativas de consumidores estão forçando empresas do setor a repensar como suas operações impactam o meio ambiente. Não é mais suficiente apenas produzir alimentos de qualidade: é preciso fazer isso de forma sustentável e demonstrar esse compromisso com dados concretos.

É aqui que a manutenção industrial se torna uma peça fundamental na estratégia ESG (Environmental, Social and Governance, em inglês). Um CMMS bem implementado não apenas otimiza a performance dos equipamentos, mas também reduz drasticamente o consumo de recursos naturais, minimiza desperdícios e cria a documentação necessária para comprovar práticas sustentáveis.

Neste artigo, você vai descobrir como transformar seu sistema de manutenção em uma ferramenta poderosa para atingir objetivos ambientais, desde a redução do consumo energético até a criação de processos auditáveis que fortalecem a governança corporativa.

O que é ESG e o quão importante é para o Setor Alimentício 

ESG mede os impactos de uma Governança Ambiental, Social e Corporativa. São três pilares essenciais para a indústria alimentícia, já que este setor consome recursos naturais em grande escala e tem impacto direto na cadeia de suprimentos global.

A pressão por práticas ESG não vem só de regulamentações globais. Investidores, consumidores e parceiros comerciais estão exigindo cada vez mais transparência e responsabilidade ambiental das empresas alimentícias.

Vamos entender como cada pilar se aplica ao contexto industrial:

  • Ambiental: Foca na redução do consumo de água, energia e na minimização da emissão de resíduos. Na indústria alimentícia, isso inclui desde eficiência energética dos equipamentos até o descarte adequado de subprodutos.
  • Social: Abrange condições de trabalho, segurança dos funcionários e impacto nas comunidades locais. Equipamentos com alta confiabilidade reduzem riscos de acidentes e garantem ambientes de trabalho mais seguros.
  • Governança: Envolve transparência, ética empresarial e conformidade regulatória. Isso significa ter processos bem documentados, registros auditáveis e adequação às normas ambientais.

Empresas que ignoram as práticas ESG enfrentam multas regulatórias, perdem acesso a financiamentos e tem a reputação abalada. Pensando especificamente no setor alimentício, onde a confiança do consumidor é fundamental, essas consequências podem ser devastadoras a longo prazo.

Como um CMMS otimiza recursos e reduz desperdícios na produção de alimentos

Um CMMS (Sistema de Gerenciamento de Manutenção Computadorizado) é uma plataforma digital que gerencia todas as atividades de manutenção de uma empresa. Na indústria alimentícia, ele se torna uma ferramenta estratégica para ESG porque conecta a eficiência operacional com a responsabilidade ambiental de forma direta e mensurável.

O sistema centraliza informações sobre o desempenho e histórico dos equipamentos, além de programar manutenções preventivas e corretivas de acordo com a necessidade de cada ativo. Essa visibilidade permite identificar onde recursos estão sendo desperdiçados e como otimizar o uso de energia, água e materiais com precisão técnica.

Redução do consumo energético

Um CMMS programa manutenções preventivas baseadas em dados reais de uso, evitando que máquinas operem em condições ineficientes, que drenam recursos sem necessidade.

Por exemplo, quando um sistema de refrigeração industrial opera com filtros sujos ou serpentinas com incrustações, ele precisa trabalhar mais para manter a temperatura adequada. Um CMMS agenda limpezas regulares desses componentes, mantendo a eficiência energética e evitando picos de consumo que impactam tanto os custos quanto a pegada de carbono.

Manutenções preventivas também reduzem drasticamente as paradas não programadas. Cada interrupção na linha de produção resulta em produtos descartados, energia desperdiçada e recursos perdidos que poderiam ser evitados com um planejamento mais adequado.

Gestão inteligente de estoque de peças

O CMMS otimiza o inventário de peças de reposição através de dados históricos de consumo e previsões de necessidade. Isso evita compras excessivas, que resultam em materiais obsoletos e descarte desnecessário de componentes que sequer foram utilizados.

O sistema identifica peças que ficam paradas no estoque por longos períodos e sugere ajustes nas quantidades de compra. Ele também programa substituições de componentes antes que falhem, o que ajuda a evitar compras emergenciais, que tendem a envolver transporte expresso e maior pegada de carbono.

Com dados precisos sobre a vida útil dos componentes, é possível planejar compras alinhadas às necessidades reais da operação, reduzindo desperdícios e custos logísticos que impactam diretamente a sustentabilidade da operação.

Redução significativa de perdas na linha de produção

Paradas não programadas na indústria alimentícia resultam em descarte de produtos, especialmente em linhas de alimentos perecíveis, onde o tempo é crítico. O CMMS reduz essas ocorrências ao priorizar manutenções em equipamentos críticos, baseado no impacto na produção e no desperdício gerado.

Com algoritmos de inteligência artificial e deep learning, o sistema identifica equipamentos que, quando falham, causam maior desperdício de matéria-prima. Esses ativos recebem atenção especial no planejamento preventivo, reduzindo o risco de perdas significativas que afetam tanto a rentabilidade quanto a sustentabilidade.

Principais indicadores de impacto ambiental na manutenção alimentar

Sem parâmetros ou dados mensuráveis, é impossível gerenciar com eficácia. Com um CMMS, é possível acompanhar indicadores específicos que conectam a performance de manutenção com objetivos ambientais, transformando dados operacionais em insights úteis para otimizar a sustentabilidade.

Esses indicadores não apenas mostram o desempenho atual, mas também identificam tendências e oportunidades de melhoria que podem passar despercebidas sem um sistema estruturado de coleta e análise de dados.

Priorização de ativos

O CMMS registra o consumo energético de cada equipamento, permitindo identificar quais ativos são menos eficientes e priorizar ações corretivas baseadas em dados reais. Motores desalinhados, por exemplo, tendem a operar com menor eficiência energética mesmo sem apresentar sintomas óbvios de falha.

Ao cruzar os dados de energia com históricos de falhas e intervenções, é possível detectar se um aumento no consumo está relacionado a desgaste mecânico, falha incipiente ou má lubrificação. O sistema cria relatórios que mostram a evolução do consumo ao longo do tempo, identificando tendências de degradação da eficiência. 

Esses dados também orientam decisões estratégicas de substituição de equipamentos. Quando o custo de manutenção de um ativo ineficiente supera o investimento em um equipamento mais moderno, o CMMS fornece os dados necessários para justificar a troca.

Emissões calculadas a partir de falhas repetitivas

Falhas recorrentes em máquinas impactam diretamente o consumo de energia e as emissões de carbono. Cada reinicialização, operação em modo de emergência ou acionamento de equipamentos auxiliares gera desperdício e aumenta o impacto ambiental.

Com o histórico completo de ordens de serviço, o CMMS identifica padrões de falhas que se repetem em intervalos curtos. Então, em vez de permitir reparos paliativos, o sistema sinaliza a necessidade de uma ação definitiva, como ajustes de projeto, revisão de especificações ou troca de componentes críticos.

A funcionalidade de análise de causa raiz integrada ao CMMS facilita esse processo, conectando sintomas a causas reais. Isso permite que as equipes atuem com precisão, eliminando o problema na origem e interrompendo o ciclo que gera emissões desnecessárias.

Volume de resíduos com rastreabilidade

O CMMS registra todos os materiais aplicados e descartados em cada ordem de serviço, desde óleos lubrificantes a componentes eletrônicos. Essa rastreabilidade completa permite controlar o volume de resíduos gerados e comprovar conformidade com normas ambientais.

Em vez de seguir intervalos fixos, o sistema agenda a substituição de fluidos com base em análises laboratoriais. Isso evita trocas desnecessárias, reduz o consumo de insumos e minimiza o descarte de resíduos ainda utilizáveis.

Além disso, o CMMS integra aos procedimentos de manutenção as instruções de descarte correto, conforme as exigências para resíduos perigosos. Todos os registros são armazenados de forma auditável, prontos para inspeções e relatórios de compliance.

Estratégias de governança e compliance em fábricas de alimentos

Manter a conformidade ambiental em fábricas de alimentos exige mais do que boas práticas. Requer documentação detalhada, processos auditáveis e total rastreabilidade operacional. O CMMS atua como base estruturante da governança ESG ao centralizar e organizar todas as informações de manutenção de forma sistemática e segura.

Na indústria alimentícia, onde auditorias são frequentes e rigorosas, ter dados organizados e acessíveis pode fazer a diferença entre aprovação e multas regulatórias que impactam a operação.

As principais funcionalidades que suportam a governança incluem:

  • Documentação centralizada: O CMMS mantém histórico completo de todas as manutenções, incluindo procedimentos seguidos, materiais utilizados e resultados obtidos. Essa documentação é fundamental para auditorias ambientais.
  • Alertas automatizados: O sistema monitora prazos de licenças ambientais, certificações de equipamentos e validação de procedimentos, enviando alertas antes dos vencimentos para evitar não-conformidades.
  • Relatórios personalizados: Dados podem ser extraídos em formatos específicos para diferentes stakeholders, desde relatórios de sustentabilidade para investidores até documentos técnicos para órgãos reguladores.
  • Controle de acesso: O CMMS garante que apenas pessoal autorizado possa modificar dados críticos, mantendo a integridade das informações e criando trilhas de auditoria para todas as alterações.

Essa transparência permite que a empresa demonstre proativamente seu alinhamento com boas práticas ESG, fortalecendo a relação com stakeholders e abrindo caminho para financiamentos sustentáveis e certificações ambientais.

Passo a passo para integrar ESG e manutenção em uma plataforma CMMS

Implementar um CMMS com foco em ESG requer um planejamento estratégico, que alinhe objetivos ambientais com práticas operacionais. O sucesso depende de metas claras, sistemas configurados adequadamente e uma equipe engajada nesse processo de transformação.

A integração eficaz torna o CMMS não só uma ferramenta de manutenção, mas uma plataforma de gestão ambiental que gera valor mensurável para o negócio.

Passo a passo para integrar ESG e manutenção em uma plataforma CMMS

1. Definição de metas ESG específicas e mensuráveis

Comece identificando quais são os objetivos ambientais mensuráveis que a manutenção pode influenciar diretamente. Isso pode significar estabelecer metas para reduzir o consumo energético ou diminuir o volume de resíduos da manutenção ao longo de um período.

Essas metas devem ser alinhadas com os objetivos de sustentabilidade e dimensionáveis através do CMMS. Cada uma precisa ter prazos definidos e profissionais responsáveis pelo seu acompanhamento.

Priorize os objetivos que tenham maior impacto ambiental e que sejam viáveis com os recursos disponíveis. Metas muito ambiciosas podem desmotivar a equipe, enquanto objetivos muito modestos não geram o engajamento necessário.

2. Configuração estratégica de dados e ativos críticos

Ajuste o CMMS para capturar informações essenciais à estratégia ESG, criando campos personalizados para registrar consumo energético por ativo, volume de resíduos gerados e os materiais utilizados em cada manutenção.

Em seguida, identifique os ativos com maior impacto ambiental e configure alertas específicos para esses equipamentos. Sistemas de refrigeração, caldeiras e compressores geralmente são prioritários devido ao alto consumo energético e potencial de desperdício.

Também é importante organizar os ativos em hierarquias lógicas, seja por área da planta, linha de produção ou tipo de equipamento. Essa estrutura facilita a análise de dados e permite direcionar esforços onde há maior potencial de impacto positivo com os recursos disponíveis.

3. Automação inteligente de Ordens De Serviço

Padronize as ordens de serviço incluindo checklists ambientais obrigatórios, que garantam o registro do descarte adequado de materiais e a verificação de oportunidades de melhoria ambiental durante a execução das tarefas.

Configure o sistema para gerar automaticamente ordens de serviço relacionadas ao compliance ambiental, como atividades de calibração de sensores e inspeções em sistemas de contenção ou controle de emissões.

Mais do que adicionar etapas paralelas, integre os procedimentos sustentáveis à rotina operacional. Assim, as práticas ambientais passam a fazer parte do fluxo natural da rotina de manutenção, evitando que ações importantes sejam deixadas de lado por falta de visibilidade ou prioridade.

4. Desenvolvimento de cultura de sustentabilidade

A equipe precisa entender como suas ações impactam a sustentabilidade de forma concreta. Para isso, desenvolva programas de treinamento que conectem as atividades diárias de manutenção com objetivos ambientais da empresa. 

Treine seus técnicos para usar as funcionalidades específicas do CMMS relacionadas a ESG, incluindo o preenchimento correto de dados ambientais e a interpretação de relatórios de sustentabilidade.

E não ignore a importância do reconhecimento quando algo funciona. Crie incentivos para uso correto do sistema, reconhecendo equipes que contribuem para metas ambientais através de práticas de manutenção mais sustentáveis e eficientes.

5. Análise contínua e ajuste de estratégias

É necessário estabelecer uma rotina de revisão mensal dos indicadores ambientais coletados pelo CMMS. Nessas rotinas, identifique tendências, desvios e oportunidades de melhoria baseadas em dados reais da operação.

Use análises de causa raiz para entender por que certas metas não estão sendo atingidas e ajuste procedimentos conforme necessário. O CMMS deve ser uma ferramenta de aprendizado contínuo que evolui com a operação.

Periodicamente, revise e ajuste as metas baseado nos resultados obtidos. Objetivos muito fáceis devem ser elevados, enquanto metas inatingíveis precisam ser recalibradas para manter o engajamento da equipe.

Como tornar a sustentabilidade um hábito na indústria alimentícia

A verdadeira transformação acontece quando o CMMS cria um ciclo de melhoria contínua onde cada dado coletado gera insights para novas oportunidades ambientais. Esse processo evolutivo é o que transforma práticas reativas em estratégias proativas de sustentabilidade que agregam valor à operação.

Dados históricos acumulados no sistema permitem identificar padrões sazonais, prever necessidades de manutenção e otimizar recursos de forma cada vez mais precisa. Ao monitorar o consumo energético ao longo do tempo, uma empresa pode identificar padrões de demanda e planejar manutenções preventivas para reduzir o impacto ambiental.

Esse ciclo virtuoso se fortalece quando resultados ambientais positivos geram economia de custos, que podem ser reinvestidos em tecnologias mais sustentáveis. Equipamentos mais eficientes reduzem consumo energético, liberando recursos para outras melhorias ambientais que amplificam os benefícios.

Empresas alimentícias líderes já demonstram como essa integração transforma performance ambiental de forma mensurável. Elas usam dados do CMMS para identificar oportunidades de economia de água, otimizar ciclos de limpeza e reduzir desperdício de produtos através de manutenção mais precisa e eficaz.

As tendências futuras apontam para integração ainda maior entre CMMS e tecnologias de monitoramento ambiental, incluindo sensores IoT que alimentam o sistema com dados em tempo real sobre consumo de recursos e emissões. Essa evolução promete tornar a gestão ambiental ainda mais precisa e automatizada.

Como o CMMS da Tractian potencializa as iniciativas ESG da Indústria Alimentícia

Adotar práticas ESG na indústria alimentícia exige mais do que boas intenções. É preciso contar com dados precisos, processos bem definidos e a capacidade de demonstrar resultados concretos. 

O CMMS da Tractian foi projetado exatamente para isso: integrar a gestão de manutenção com os objetivos de sustentabilidade de forma intuitiva, sem abrir mão da profundidade técnica.

Ao contrário de sistemas complexos que levam meses para entregar valor, o CMMS da Tractian permite que a coleta de dados comece desde o primeiro dia. Ordens de serviço incluem campos personalizáveis para informações de sustentabilidade, relatórios automatizados mostram tendências de consumo de recursos e alertas preventivos evitam desperdícios antes que ocorram.

A plataforma oferece visibilidade total do impacto ambiental das atividades de manutenção por meio de dashboards intuitivos, que conectam ações operacionais a indicadores ESG. Técnicos têm acesso direto a procedimentos sustentáveis via aplicativo móvel, o que garante o cumprimento das boas práticas mesmo em intervenções urgentes.

Além disso, o sistema facilita a preparação para auditorias ambientais. Toda a documentação gerada pelas manutenções fica centralizada e acessível, pronta para ser compartilhada com diferentes públicos, desde órgãos reguladores a investidores que exigem transparência em relação às métricas ESG.

Pronto para transformar sua manutenção em uma ferramenta estratégica de sustentabilidade? 

O CMMS da Tractian ajuda sua indústria a atingir metas ambientais com eficiência e resultados mensuráveis.

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