Fazer manutenção, seja em qualquer tipo de máquina ou equipamento, se faz necessário a atenção para a segurança do manutentor, principalmente quando o assunto é atmosferas explosivas. Esse termo tecnicamente falando é tratado nas normas regulamentadoras como “áreas classificadas”.
Antes de entrar mais a fundo sobre a Atmosfera Explosiva, é preciso saber o que significa Área Classificada.
O que são áreas classificadas?
São locais onde existe grande possibilidade de formação de uma explosão, devido à natureza da sua forma de operação e manutenção, tipo de material armazenado e/ou manuseado, tipo de instalação, etc.
Mas, e o que dizem as normas vigentes sobre áreas classificadas ou ambientes potencialmente explosivos?
De acordo com a NR 10, se define por áreas classificadas todo o local com potencial de gerar uma atmosfera explosiva. Isso acontece porque neles há a presença de substâncias inflamáveis ou combustíveis que em contato com uma fonte de ignição (faíscas, oxigênio), podem causar explosões.
Já o glossário da NR-20, que parte do mesmo princípio da anterior, aponta que a ocorrência dessa condição faz-se necessário precauções especiais em qualquer tipo de atividade, desde operação, manutenção, instalação até a utilização de equipamentos elétricos.
As atmosferas propícias a uma explosão são encontradas em diversos segmentos da Indústria como: petroquímico,alimentício, usinas de açúcar e etanol, farmacêutico, têxtil, papel e celulose, entre tantos outros.
Classificação de áreas explosivas
Para classificar uma planta industrial, é fundamental avaliar o tipo de substância inflamável que está no ambiente, além de suas características e como a substância vai ser liberada externamente.
A norma ABNT NBR IEC 60079 10-1 aponta que essas áreas são classificadas em zonas para gases e vapores, possuem atmosferas explosivas onde:
Zona 0: Local onde a formação de uma mistura explosiva é contínua ou existe por longos períodos.
Zona 1: Local onde a formação de uma mistura explosiva é provável de acontecer, em condições normais de operação do equipamento de processo.
Zona 2: Local onde a formação de uma mistura explosiva é pouco provável de acontecer e, se acontecer, é por curtos períodos estando associada à operação anormal do equipamento de processo.
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Além disso, também há outras classificações com base nessa norma ABNT NBR IEC 60079, mas são baseadas em grupos de poeiras combustíveis e classes de temperatura.
Zona 20: área na qual uma atmosfera explosiva na forma de nuvem de poeira combustível no ar está presente frequentemente, continuamente ou por longos períodos.
Zona 21: área na qual uma atmosfera explosiva na forma de nuvem de poeira combustível no ar é provável de ocorrer.
Zona 22: área na qual uma atmosfera explosiva na forma de nuvem de poeira combustível com o ar não é provável de ocorrer em condições normais de operação, mas se ocorrer, irá persistir somente por um curto período.
Lembrando que para que ocorra uma explosão é necessário a combinação de três elementos: Fonte de ignição + Comburente + Substância inflamável ou combustível
Como exemplo podemos elencar alguns locais potencialmente explosivos como:
Vazamentos de gases e vapores: postos de combustíveis, distribuidoras de GLP, estação de tratamento esgoto, hospitais e outros.
Por poeiras combustíveis: indústrias alimentícias, farmacêuticas, de carvão, de madeira, cervejarias, moinhos.
Por fibras combustíveis: indústrias têxteis, papel e celulose, armazenagem e processamento de grãos (cereais).
Manutenção em áreas classificadas
As normas regulamentadoras NR-10 e NR-33, do Ministério do Trabalho, confirmam que as atividades em áreas classificadas requerem qualificação e autorização, para os profissionais que precisam atuar nesses locais.
E para cumprir o que determina a legislação, são necessárias várias providências para qualquer tipo de atividade nesses locais.
Para uma manutenção segura em locais com potenciais ambientes, é necessário se atentar para os seguintes itens:
- Provisão de equipamentos adequados;
- Capacitação dos manutentores;
- Inspeções regulares das áreas classificadas.
Portanto, o uso de equipamentos à prova de explosão é vital em locais de áreas classificadas. São aqueles nos quais as partes internas centelhantes (especificação EX – segmento elétrico), que podem causar a ignição de uma atmosfera explosiva de gases inflamáveis, são confinadas. São itens básicos como:
- Luminárias com grau de proteção;
- Caixas de ligação e derivação de fiações elétricas;
- Unidades seladoras à prova de explosão;
- Eletrodutos;
- Motores em geral;
- Painéis elétricos.
Segurança aumentada nas áreas
É nesta fase de inspeção que se percebe a vantagem de utilização de equipamentos ex com outros tipos de proteção mais modernos, do que os antigos equipamentos do tipo à prova de explosão.
Durante as inspeções de campo, fazendo-se uma comparação entre diferentes instalações com estes dois tipos de proteção, torna-se muito mais simples verificar, por exemplo, a conformidade de sistemas intrinsecamente seguros, do que verificar a conformidade de instalações com equipamentos utilizando técnicas de proteção do tipo à prova de explosão.
Podemos considerar que alguns desses itens e muitos outros, são projetados com base na ideia da segurança aumentada (Ex e). Ou seja, um dos métodos de proteção onde são tomadas medidas preventivas adicionais, para prevenir a possibilidade de temperatura excessiva ou faíscas – que ocorrem nas partes internas ou externas do equipamento em sua operação normal.
A ideia da segurança aumentada (Ex e) tem por finalidade reduzir ao máximo ou até eliminar a possibilidade de faíscas, centelhas elétricas e altas temperaturas. Outros métodos de proteção para corroborar com ambientes explosivos mais seguros são:
- Equipamento pressurizado – Ex p;
- Imersos em óleo – Ex o;
- Imersos em areia – Ex q;
- Encapsulados em resina – Ex m;
- À prova de explosão – Ex d;
- Segurança intrínseca – Ex i;
- Proteção especial – Ex – s
Tecnologia e manutenção
Todos os equipamentos requerem cuidados especiais nas fases de instalação, comissionamento, operação e manutenção. Para que haja segurança e pleno funcionamento destes nas áreas classificadas, devem ser feitas inspeções periódicas, manutenção e reparo adequado.
Por se tratar de um ambiente perigoso, a atuação da manutenção é essencial para garantir as condições ideais de operação de máquinas e equipamentos.
Mas, como fazer a manutenção em uma área extremamente perigosa e garantir a segurança?
Atualmente, com o advento da tecnologia no meio industrial, é possível coletar dados e saber a saúde do ativo sem que haja uma exposição do colaborador que executa esse tipo de trabalho.
As explosões que são verificadas nestas áreas de elevado risco, com resultados catastróficos para as pessoas, instalações e meio ambiente, resultam em grandes perdas de vidas humanas, em destruição do patrimônio e em grandes desastres ambientais.
Os equipamentos e componentes para instalações industriais em áreas explosivas tem ao seu favor a tecnologia, que auxilia na medição de dados e coleta, como: sistemas de medição, CLPS, controladores, transmissores de pressão, temperatura, vazão e nível, detectores de gases, sistemas supervisórios e sensores IoT – com certificação Ex.
Este último é mais vantajoso já que é possível coletar dados 24 horas, 7 dias da semana e saber a real condição do ativo, em que o sensor é acoplado no equipamento.
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Esses dados coletados são transformados em informações, como um prontuário médico, que ajudam a identificar e antecipar falhas nos ativos localizados nesses ambientes. O que antes era complicado e demorado pelas condições, agora ficou mais fácil, intuitivo e seguro para os colaboradores. Fale com um especialista
