POP/SOP: Como padronizar operações com o apoio de um CMMS

Breno Smanio

Atualizado em 26 set. de 2025

POP/SOP: Como padronizar operações com o apoio de um CMMS

POP/SOP: Como padronizar operações com o apoio de um CMMS

No chão de fábrica, toda falha operacional tem um custo. E muitas vezes, esse custo nasce da ausência de um processo bem definido. Já viu uma tarefa simples ser executada de cinco jeitos diferentes, dependendo do turno? Esse tipo de variação operacional compromete a segurança, a qualidade e até a confiabilidade dos ativos.

É exatamente nesse ponto que os Procedimentos Operacionais Padrão (POP ou SOP) entram em cena. Mais do que formalidades burocráticas, eles são a garantia de que operações críticas mantenham o mesmo padrão de qualidade e segurança, independentemente de quem for executá-las.  

Eles transformam o conhecimento técnico da equipe em processos estruturados, eliminando a dependência de pessoas específicas e criando consistência operacional.

Neste conteúdo, você vai entender como estruturar e aplicar os POPs, como manter esses documentos vivos no dia a dia da manutenção, e principalmente, como a tecnologia pode transformar esses procedimentos em parte natural do fluxo de trabalho, eliminando o papel, o retrabalho e as falhas de execução.

O que é um SOP ou POP: Procedimento Operacional Padrão

Um Procedimento Operacional Padrão (POP) ou Standard Operating Procedure (SOP) é um documento que detalha, passo a passo, como executar atividades específicas dentro de uma organização. Ambas as siglas se referem ao mesmo conceito: SOP em inglês e POP em português, representando a base para operações consistentes e confiáveis.

Na prática, um POP funciona como um roteiro detalhado que elimina dúvidas sobre como uma tarefa deve ser realizada. Ele especifica tudo desde os materiais necessários até os critérios de qualidade que devem ser atendidos ao final do processo, garantindo que cada execução siga o mesmo padrão de excelência.

Dessa forma, quando um técnico sai de férias ou um novo colaborador entra na equipe, o trabalho continua sendo feito da mesma forma, com o mesmo padrão de qualidade que a operação exige.

Além disso, ter procedimentos e SOPs bem estabelecidos reduz drasticamente erros humanos e facilita treinamentos, já que novos funcionários têm um guia claro para seguir com todo o conhecimento organizacional preservado, evitando que informações críticas se percam com a rotatividade de pessoal.

Para empresas que precisam atender requisitos de conformidade como normas ISO ou regulamentações específicas do setor, os POPs são essenciais para demonstrar que os processos seguem padrões estabelecidos e podem ser auditados de forma objetiva.

Elementos essenciais de um POP eficaz

Saber como fazer um POP efetivo é o que separa um procedimento operacional útil de um documento que só ocupa espaço e nunca é usado.

Para que o procedimento realmente funcione no chão de fábrica, ele precisa ser claro, aplicável e conectado à rotina de quem executa. E isso começa pela estruturação: são os detalhes que definem se o POP será seguido com precisão ou ignorado no dia a dia.

A seguir, você confere os cinco elementos indispensáveis na construção de um POP que gera resultado de verdade.

Objetivo e escopo claros

Todo POP deve começar com a definição exata do que pretende padronizar e onde se aplica. O objetivo precisa ser específico e usar verbos de ação que deixem claro o resultado esperado, eliminando qualquer margem para interpretações erradas.

Por exemplo, em vez de escrever "Manutenção do compressor", o objetivo deve ser "Padronizar o procedimento de manutenção preventiva mensal do compressor de ar modelo XYZ, incluindo inspeção, lubrificação e teste de performance".

O escopo define os limites do procedimento, especificando quais equipamentos, situações ou condições estão incluídos ou excluídos. Isso evita dúvidas sobre quando o POP deve ser aplicado e previne o uso incorreto em imprevistos.

Papéis e responsabilidades definidos

Cada etapa do procedimento deve especificar quem executa, quem supervisiona e quem aprova a atividade. Isso elimina confusões sobre responsabilidades e garante que as pessoas certas estejam envolvidas em cada momento crítico do processo.

Uma matriz RACI (Responsável, Aprovador, Consultado, Informado) pode ser útil para documentar essas responsabilidades de forma visual e clara. Para dar um exemplo simples: o técnico de manutenção pode ser responsável pela execução, o supervisor pode aprovar o trabalho concluído, e o engenheiro pode ser consultado em caso de anomalias.

Lista clara de materiais e requisitos

Um bom POP lista todos os recursos necessários antes de começar a descrever os passos. Isso inclui:

  • Ferramentas específicas
  • Equipamentos de proteção individual
  • Sistemas que precisam estar acessíveis
  • Documentos de referência
  • Condições ambientais necessárias para execução segura

Essa lista funciona como um checklist pré-execução, evitando que o técnico descubra no meio do trabalho que falta algum item essencial. Não tem nada mais frustrante do que parar uma manutenção pela metade porque uma ferramenta específica não estava disponível.

Etapas bem detalhadas

As etapas devem ser documentadas de forma sequencial, usando numeração clara e linguagem simples. Cada passo deve descrever uma ação específica, evitando ambiguidades ou interpretações múltiplas que possam comprometer a qualidade final do trabalho.

Para procedimentos complexos, fotos ou ilustrações ajudam a esclarecer pontos que seriam difíceis de descrever apenas com texto. Também vale incluir alertas especiais destacando pontos críticos de segurança ou qualidade que não podem ser ignorados sob nenhuma circunstância.

O nível de detalhamento deve ser adequado ao público-alvo. Técnicos experientes precisam de menos detalhes que novatos, mas informações críticas nunca devem ser omitidas.

Para visualizar melhor como isso se dá na prática, veja um modelo de Procedimento Operacional Padrão (SOP).

Fluxo de validação e revisão efetivo

Todo POP precisa de um processo claro para aprovação inicial, revisões periódicas e atualizações quando necessário. Isso inclui definir quem tem autoridade para aprovar mudanças e com que frequência o documento deve ser revisado para manter sua relevância.

É essencial garantir que todos estejam usando a versão mais atual do procedimento, evitando que versões desatualizadas continuem circulando e causando confusão operacional.

E lembre-se de que qualquer sistema que for implementado na sua operação deve ser sempre atualizado. Com o tempo, o uso no dia a dia mostra os pontos que devem ser otimizados e o que está funcionando.

Passo a passo para implementar os POPs na prática

A implementação eficaz de POPs exige uma abordagem estruturada que considere desde a identificação dos processos críticos até a manutenção contínua dos procedimentos ao longo do tempo.

Veja o caminho para uma implementação bem-sucedida:

Passo a passo para implementar os POPs na prática

1. Mapeamento de processos críticos

O primeiro passo é identificar quais processos devem ser priorizados para padronização. Nem toda atividade precisa de um POP detalhado, e tentar padronizar tudo ao mesmo tempo é uma receita para o fracasso.

Processos com alta frequência de execução, alta complexidade ou alto risco associado devem estar no topo da lista. Atividades que dependem muito do conhecimento individual, envolvam ativos críticos ou que apresentam variações significativas entre diferentes executores também são candidatas prioritárias.

Uma boa estratégia é começar pelos processos mais problemáticos, aqueles que geram mais dúvidas, erros ou reclamações. Resolver esses pontos primeiro traz resultados visíveis rapidamente e ajuda a construir credibilidade para toda a iniciativa.

2. Redação e documentação inicial

A etapa de documentação deve começar com quem realmente executa a tarefa. Técnicos experientes enxergam nuances que muitas vezes passam despercebidas por quem não vive o processo no dia a dia.

Antes de escrever qualquer coisa, o ideal é acompanhar a execução real da atividade. Isso permite registrar não só os passos formais, mas também ajustes práticos que garantem a qualidade do resultado.

A linguagem do POP precisa ser clara, direta e operacional. Evite termos ambíguos ou jargões desnecessários. Cada instrução deve indicar uma ação concreta, fácil de entender e mensurar.

3. Validação com a equipe de execução

Antes de oficializar qualquer POP, ele deve ser testado pela equipe que realmente vai executar as tarefas. Isso revela pontos que não ficaram claros, etapas omitidas ou informações que precisam ser ajustadas para refletir a realidade operacional.

Durante a validação, é importante observar se o procedimento pode ser seguido exatamente como está escrito, sem necessidade de interpretações ou conhecimentos adicionais não documentados.

Esse feedback da equipe deve ser coletado de forma estruturada, com perguntas específicas sobre clareza, completude e praticidade do procedimento. Críticas construtivas nesta fase evitam problemas maiores durante a implementação completa.

4. Treinamento e pilotagem

O treinamento baseado em POPs deve ser prático e focado na execução real das tarefas. Não basta apenas apresentar o documento, é preciso demonstrar como usá-lo na prática e esclarecer dúvidas que surgirem durante o processo de aprendizagem.

Um período de pilotagem permite identificar ajustes necessários antes da implementação completa. Durante essa fase, é normal que pequenas correções sejam feitas com base na experiência prática de uso.

5. Atualização contínua e controle de versão

POPs não são documentos estáticos. Eles precisam evoluir junto com os processos, equipamentos e conhecimentos da equipe para manter sua relevância e eficácia ao longo do tempo.

Revisões periódicas devem ser programadas, mas também deve haver um mecanismo para atualizações quando necessário. Um sistema eficiente de controle de versões também mantém histórico das alterações, permitindo entender por que mudanças foram feitas e, se necessário, reverter para versões anteriores.

Como o CMMS da Tractian pode melhorar suas operações

Montar POPs de qualidade é apenas o primeiro passo. O verdadeiro valor está em torná-los acessíveis, atualizados e integrados ao fluxo de trabalho diário da equipe, transformando procedimentos estáticos em ferramentas dinâmicas que realmente apoiam a execução das tarefas.

O CMMS da Tractian transforma a gestão de procedimentos operacionais em uma vantagem competitiva. Nele, todos os POPs ficam centralizados em uma plataforma única, eliminando a busca por documentos em pastas compartilhadas ou arquivos físicos que sempre desaparecem quando mais precisamos.

Técnicos acessam procedimentos diretamente do aplicativo móvel, mesmo em áreas sem conexão à internet, garantindo que as informações estejam sempre à mão quando necessário. Nada de voltar ao escritório para consultar um procedimento no meio de uma manutenção crítica.

Além disso, a integração entre POPs e ordens de serviço é automática. Quando uma tarefa é criada, o procedimento relevante já aparece vinculado, eliminando dúvidas sobre qual documento seguir. Isso garante que cada atividade seja executada conforme o padrão estabelecido, sem depender da memória ou experiência individual dos técnicos.

E o controle de versões anteriores acontece automaticamente, com notificações para a equipe sempre que um procedimento é atualizado. Versões antigas são retiradas de circulação imediatamente, evitando que trabalhos sejam executados com base em informações desatualizadas que podem comprometer a qualidade ou segurança.

Além disso, o CMMS registra automaticamente quem executou cada procedimento e quando, criando um histórico completo de conformidade que facilita auditorias e análises de desempenho. Essa rastreabilidade mostra não apenas se os POPs estão sendo seguidos, mas também onde podem ser otimizados.

O sistema ainda permite que POPs sejam gerados com apoio de inteligência artificial, acelerando a criação de novos procedimentos com base em melhores práticas e conhecimento acumulado. Isso reduz o tempo necessário para documentar processos e garante que elementos essenciais não sejam esquecidos durante a estruturação inicial.

Chega de ficar refém de processos sem padrão e confusos no chão de fábrica. Veja na prática como o CMMS da Tractian pode transformar seus procedimentos operacionais, trazendo eficiência e controle total sobre cada etapa do processo.

Breno Smanio
Breno Smanio

Sales Engineer com especialidade em Usinas

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