Desmistificando análise de vibração em máquinas

Pedro Piovesan

Pedro Piovesan

Atualizado em 27 ago. de 2023

Desmistificando análise de vibração em máquinas

Se você, independentemente se trabalha com manutenção ou não, quer descobrir o que é, para que serve e como colocar em prática a análise de sinais de vibração em máquinas, o texto a seguir é pra você.

Para ter uma ideia de como é a aparência de um sinal de vibração, imagine-se balançando uma corda presa a um muro:

Descrição da Vibração

O movimento oscilatório que os pontos A, B, C e D fazem é resultado da oscilação que sua mão gerou na corda.

Esse nada mais é do que um movimento de vibração que se propaga até o muro.

Analisando apenas o que acontece no ponto A da corda e plotando o gráfico da posição do ponto A vs Tempo, temos o mesmo formato que resultou da sua chacoalhada na corda. 

É exatamente assim que se parece um sinal de vibração:

 

Posição ponto A, Período T e Amplitude

Sabendo que:

  • O Período é o tempo que o ponto A da corda demora para recomeçar um ciclo;
  • A Amplitude é a distância máxima de afastamento do ponto A em relação à posição em que ele estaria caso a corda estivesse esticada;
  • A Frequência é o número de ciclos por segundo. Se o período T na primeira corda é de 2 segundos, a nossa frequência seria o inverso disso, ou seja, 0.5 Hertz (meio ciclo por segundo).

Lembra do muro onde você prendeu a primeira corda? 

Imagine que, agora, há outros 5 amigos seus fazendo a mesma coisa no mesmo muro – ou seja, balançando suas respectivas cordas, mas com frequências diferentes. 

Nesse cenário, teríamos 6 sinais de vibração dos pontos A nas diferentes cordas, como na figura a seguir:

sinais e análise de vibração

 

Mas e o muro que está aguentando todas essas cordas balançando ao mesmo tempo?

Ele receberá um sinal total da vibração que se propaga pelas cordas (é o sinal que está em vermelho na imagem acima).

Fazendo uma analogia com máquinas, o muro seria como o local ideal para que a máquina captasse o sinal total de vibração.

Já as cordas seriam os fatores que influenciam na vibração global da máquina – e o sinal em vermelho seria essa vibração global.

Os fatores que mencionamos acima podem vir na forma de:

Esses fatores podem ser, por exemplo:

No exemplo da corda, nós conseguimos visualizar exatamente como é o sinal gerado por cada um dos amigos. Mas não é bem assim que acontece na vida real. 

No dia a dia do maquinário, ruídos atrapalham a visualização e o sensor obtém apenas o resultado final dos diferentes fatores. 

Continuando com a mesma analogia, temos aqui o “chacoalhar” total, sem saber exatamente qual pertence a cada uma das cordas.

Tempo vs aplitude

Para conseguir interpretar esse sinal e saber quais fatores estão influenciando a vibração, fazemos a Transformada de Fourier. 

A técnica consiste em substituir o eixo do tempo pelo eixo da frequência, facilitando a visualização da composição do sinal.

Depois de aplicar o Fourier, é possível fazer a Análise Espectral.

Cada tipo de máquina possui uma assinatura espectral original. A partir dela, identificamos as características de vibração de cada componente individual. 

E assim conseguimos monitorar sua condição e diagnosticar os fatores listados anteriormente, como desgaste e desalinhamento.

A análise da assinatura espectral de cada máquina já é comum, sendo feita periodicamente por técnicos com conhecimento em análise de vibração e manutenção.

Fazendo a análise a olho nu e tomando como base as observações do técnico sobre o bom funcionamento da máquina, perdemos grande parte do histórico e do conhecimento dos padrões de vibração da máquina – o que prejudica o diagnóstico.

É por isso que na TRACTIAN utilizamos Machine Learning para identificar deterioração da assinatura espectral de uma máquina e gerar insights assertivos sobre a causa do problema.

Isso nos permite salvar todo o histórico de funcionamento, tomar ações preventivas e evitar falhas em máquinas críticas.

Saiba como é feita a ciência de dados para identificar essas mudanças. E, caso queira saber mais sobre a solução que vai finalmente automatizar essa análise em suas máquinas, converse com um de nossos especialistas.

Pedro Piovesan

Pedro Piovesan

Head de Engenharia de Aplicações e Sucesso do Cliente

Engenheiro formado pela Universidade do Estado de Santa Catarina, com mais de 10 anos de atuação nos ramos de Indústria 4.0, metal-mecânica, fabricação de máquinas e hidráulica. É Head de Engenharia de Aplicações e Sucesso do Cliente na TRACTIAN.

Artigos Relacionados