Aumente a vida útil dos equipamentos industriais

Todas as máquinas sofrem desgastes à medida que o tempo passa e elas são utilizadas — é normal. No entanto, não é normal aceitar falhas frequentes no equipamento e substituí-lo após pouco tempo de uso.

Mesmo os desgastes “naturais” devem ser acompanhados o tempo todo pela equipe de manutenção. Quando deixados de lado, eles se potencializam e diminuem significativamente a vida útil do ativo, que pode ser definida como a quantidade de tempo pelo qual é possível aproveitar o bom desempenho da máquina e utilizá-la. É interessante para qualquer fábrica que esse tempo seja o maior possível, principalmente para os equipamentos de maior criticidade. Afinal, todo profissional da indústria sabe o quanto uma máquina que apresenta falhas e paradas pode interferir na produção, causando prejuízos à empresa.

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Uma boa gestão de manutenção é aquela que, através de um plano estratégico, estende ao máximo o ciclo de vida útil de seus aparelhos, otimizando o uso dos recursos já disponíveis, evitando investimentos desnecessários e aumentando a competitividade da empresa. 

Para melhorar o desempenho do maquinário de sua indústria e cortar os gastos desnecessários de tempo e recursos, separamos 10 dicas para te ajudar a aumentar a vida útil de seus equipamentos. Boa leitura!

1. Elabore um plano de manutenção estratégico

Antes de tudo, é primordial conhecer as condições de uso de cada equipamento e considerá-las ao elaborar um plano de manutenção. Com um conjunto de ações estratégicas em mãos, é possível tornar a rotina da manutenção mais eficiente e aumentar a produtividade da indústria, além de prolongar a vida útil dos aparelhos e reduzir o desperdício de recursos.

Eficiência versos custo

Se determinada máquina é utilizada durante poucas horas do dia, as revisões podem ser feitas com menor frequência, já que o aparelho provavelmente não sofre tantos desgastes (a depender das condições do ambiente — confira o item 6 da lista). Da mesma forma, equipamentos usados de forma mais intensa devem ser prioritários às ações do plano de manutenção. 

Outra vantagem de ater-se ao plano é a de que tal antecipação garante que as manutenções serão feitas sempre durante os períodos de inatividade dos ativos e não prejudicarão a produção. Caso queira saber mais sobre como planejar e aplicar ações estratégicas de manutenção mais assertivamente, confira este artigo da TRACTIAN sobre Planejamento e Controle de Manutenção (PCM).

2. Monitore os equipamentos

De nada adianta criar um plano de manutenção se nele não estiver incluso o acompanhamento constante da degradação dos ativos. Para estender a vida útil do maquinário e garantir que seu bom desempenho dure mais tempo, é fundamental conhecer sua situação atual e a tendência de desgaste.

Quando monitorados, alguns parâmetros contidos nas máquinas podem ajudar os gestores de manutenção a se aprofundar na saúde de cada um de seus equipamentos:

Parâmetros que ajudam a aumentar a vida útil dos ativos: vibração, temperatura, horímetro, rotação e consumo de energia

Mas fique tranquilo(a), você não precisa considerar todos esses parâmetros na hora de monitorar sua máquina. Um jeito simples e eficaz de fazer isso é escolhendo aquele ou aqueles que mais atendam às necessidades da sua produção e te permitam conhecer a saúde do equipamento e a tendência dele às falhas. Afinal, ao acompanhar o ativo, você consegue detectar sintomas que podem vir a ser problemas maiores, garantindo que sejam feitas as devidas intervenções antes que o componente quebre de fato.

3. Use a tecnologia a seu favor

Ainda pensando no acompanhamento constante dos equipamentos, as vantagens já mencionadas podem ser potencializadas se o gestor de manutenção souber usar a tecnologia a seu favor. 

É muito comum ver gestores utilizando planilhas na hora de coletar e analisar os dados, mas a verdade é que esses registros manuais tomam muito tempo do profissional com suas fórmulas complexas, regressões e centenas de informações que precisam ser interpretadas. Mas isso não precisa ser assim. 

Atualmente, existem softwares de gestão da manutenção que coletam dados dos ativos em tempo real, analisam os indicadores, automatizam os processos e oferecem diagnósticos precisos, permitindo que o gestor e a equipe se concentrem em atividades mais importantes. 

Executando tais funções, essas ferramentas de acompanhamento online possibilitam um maior controle do gestor sobre os equipamentos e, como consequência, diminuem as quebras inesperadas, reduzem a chance de erros na manutenção, melhoram o desempenho dos equipamentos e estendem sua vida útil.

Em resumo, aliar a tecnologia à gestão da manutenção só traz vantagens à empresa, veja as cinco principais:

5 benefícios do uso da tecnologia na manutenção: mais controle, redução de prejuízos, aumento de confiabilidade, diminuição de erros e automação de atividades

Saiba mais sobre os benefícios do uso da tecnologia neste artigo.

4. Implemente ferramentas de manutenção preditiva

Conforme explicamos, é importante inserir a tecnologia na manutenção — mas não qualquer tecnologia. Para que a gestão seja de fato estratégica e consiga estender ao máximo a vida útil dos ativos, é fundamental que seu plano de manutenção priorize a manutenção preditiva.

Como você já deve saber, a preditiva é o tipo de manutenção que consiste no acompanhamento contínuo de um equipamento e na definição de seu estado futuro com base nos dados coletados e analisados ao longo do tempo. Seus objetivos são claros e interessantes para qualquer indústria que queira melhorar o desempenho de suas máquinas e o ritmo da produção, além de garantir maior segurança aos funcionários. Confira alguns deles abaixo:

  • Antecipar a necessidade de serviços de manutenção;
  • Reduzir as desmontagens e reparos desnecessários;
  • Aumentar o tempo de disponibilidade dos equipamentos;
  • Diminuir as paradas forçadas;
  • Prolongar o tempo de vida útil dos equipamentos;
  • Elevar a confiabilidade dos equipamentos.

No tópico anterior, falamos sobre softwares de gestão da manutenção, que, através do monitoramento online dos ativos, automatizam os processos e entregam diagnósticos precisos à equipe, tornando seu trabalho mais eficiente. Essas plataformas são exemplos de ferramentas preditivas, como é o caso da TRACTIAN.

Através de sensores IoT acoplados aos equipamentos, nossa solução mede com precisão indicadores como temperatura, vibração, horímetro e consumo de energia, analisando-os e enviando os dados interpretados para o gestor por meio da plataforma online. Nela, a equipe consegue saber exatamente a situação de cada ativo, além de ficar ciente sobre quando e onde devem ser feitos reparos ou quais ativos estão mais suscetíveis a falhar. 

Gráfico sobre a Curva de Banheira: Taxa de falha entre Período de Desgaste é igual ao Tempo de vida operacional

Caso haja um problema numa bomba d’água, por exemplo, arriscando o superaquecimento da máquina, o sensor perceberá e enviará os dados à plataforma. Através dela, as informações são interpretadas e transformadas em insights que, uma vez enviados ao gestor via app, informam-no sobre a necessidade de reparar a falha na bomba antes que o ativo seja prejudicado.

Ao priorizar esse tipo de manutenção, conseguimos notar quase que imediatamente a queda no número de quebras inesperadas no maquinário da indústria, já que os ativos têm sua vida útil prolongada e seu desempenho melhorado. Consequentemente, os gargalos na produção se tornam cada vez mais raros e a competitividade da empresa aumenta significativamente.

5. Realize inspeções preventivas planejadas

Ainda que os softwares de monitoramento online entreguem resultados surpreendentes à empresa, a manutenção preditiva não deve ser a única presente em seu plano de manutenção. Para que a gestão seja de fato estratégica e assertiva, é importante que se distribua entre os três tipos de manutenção, aliando principalmente o acompanhamento dos ativos em tempo real às inspeções preventivas planejadas. Para saber mais sobre os tipos de manutenção e suas diferenças, confira nosso Guia Definitivo.

Fazendo isso, o gestor garante que todos os parâmetros sejam considerados e que nenhuma falha futura se dará por falta de atenção. Correias desalinhadas ou engrenagens mal reguladas, por exemplo, podem gerar vibrações, que por sua vez são detectadas pelo monitoramento online dos ativos. No entanto, ao programar intervenções preventivas de forma estratégica, tais desajustes podem ser corrigidos antes mesmo de se tornarem sintoma de uma falha futura. As inspeções devem ser realizadas em períodos previamente determinados com base nos manuais dos equipamentos e na avaliação do gestor, que, graças ao software utilizado, saberá exatamente quando e onde agendar as verificações, evitando desperdícios de tempo e recursos. 

Resumindo, o gestor que alia as inspeções preventivas à tecnologia preditiva em seu plano de manutenção está sempre dois passos à frente da falha — e sob o controle de ativos com vida útil maximizada. Outra vantagem dessas visitas é justamente a possibilidade de visualizar e analisar melhor as condições do ambiente no qual o equipamento está inserido (assunto que abordaremos no tópico a seguir).

6. Verifique as condições do ambiente

Você já deve estar cansado de saber que o ambiente exerce grande influência sobre o uso e os desgastes dos equipamentos, uma vez que cada um deles foi desenhado para trabalhar sob determinada condição. Enquanto alguns aparelhos resistem a ambientes de trabalho mais intensos e “agressivos”, com bastante poeira, água ou óleo, outros são mais frágeis e exigem mais medidas de proteção.

Ativos com dispositivos eletrônicos, por exemplo, costumam pedir condições de trabalho especiais, com maior controle de umidade e temperatura, a fim de que sua vida útil não seja encurtada. Sem contar que, a depender do segmento da indústria, a complexidade dos equipamentos pode ser maior e a tolerância a falhas, menor, tornando ainda mais importante a atenção ao ambiente que os envolve. 

Resíduos e poeira são experts em acelerar o desgaste das máquinas mais sensíveis e, por isso, devem ser evitados. No entanto, antes de tirar conclusões sobre as condições de trabalho dos aparelhos, consulte seus manuais de instruções e inclua em seu plano de manutenção medidas que busquem tornar o ambiente mais compatível àquele contido nas especificações.

Fatores que reduzem a vida útil das suas máquinas

7. Atente-se à limpeza

Ainda de acordo com o manual de instruções de cada máquina, inclua no plano de manutenção a limpeza periódica de todos os aparelhos. Dessa forma, são eliminados os resíduos e sujeiras que se acumularam ali com o tempo e atrapalham o desempenho do ativo.

Lembre-se sempre de que máquinas industriais podem ser complexas e, dependendo do tipo, podem exigir que a limpeza seja feita por equipamentos específicos e mais apropriados. Vale também a atenção ao destino dos resíduos, que devem ser descartados corretamente a fim de não impactar o meio ambiente.

8. Use revestimentos

É bastante comum que as máquinas com mais desgastes sejam aquelas que trabalham em contato com outras ou que ficam em ambientes “agressivos”, como os que possuem agentes corrosivos. Para proteger esses equipamentos e prolongar sua vida útil, revestimentos superficiais podem ser verdadeiros aliados.

Esses revestimentos são feitos de materiais como carboneto de tungstênio com cromo ou carboneto de cromo. Após serem aplicadas à superfície do aparelho, suas substâncias criam uma camada de sacrifício, ou seja, uma espécie de película protetora que é corroída no lugar da máquina, retardando o desgaste dela.

9. Saiba reconhecer o momento de trocar o equipamento

Não é fácil dizer adeus, nós sabemos, por isso listamos diversas dicas para te ajudar a maximizar a vida útil do seu ativo. No entanto, não há como escapar do fato de que toda máquina tem um tempo de uso determinado e, mesmo tomando todos os cuidados necessários, o momento de substituí-la por outra sempre chega.

É importante que o gestor tenha em mente que desrespeitar o limite do tempo de vida útil de um equipamento e insistir em seu uso pode impactar negativamente a produtividade da indústria, gerando falhas e atrasos nos processos. Isso porque, após ultrapassar a fase da vida adulta (vida útil), durante a qual a taxa de falhas é idealmente constante, a máquina entra no período de desgaste. Nessa fase final, as falhas voltam a aparecer com uma frequência cada vez maior, fazendo com que a taxa de problemas no equipamento seja crescente.

Para saber mais sobre o comportamento típico das máquinas industriais e como reduzir os problemas durante a infância, confira nosso artigo sobre curva da banheira.

Ainda sobre reconhecer o momento de substituição do ativo, não podemos deixar de lado os avanços da tecnologia e a importância de manter a competitividade da empresa acompanhando as tendências e novidades do mercado. Em algumas situações, o investimento em soluções mais atuais pode ser mais lucrativo do que continuar insistindo nos aparelhos antigos.

10. Mantenha a mão de obra qualificada

De nada adianta um plano de manutenção perfeito se a equipe que o coloca em prática não for altamente qualificada. Os softwares de monitoramento online garantem maior eficiência do trabalho e da produção, mas não são capazes de resolver tudo sozinhos. 

Além de internalizar a cultura da predição e da tecnologia como aliada da manutenção, é fundamental que os gestores ofereçam com frequência treinamentos e cursos à equipe de manutenção, mantendo-a atualizada e capacitada a operar todas as máquinas, cuidar delas da forma correta e saber lidar com todo tipo de situação. 

Essas oportunidades de qualificação e desenvolvimento profissional não apenas intensificam a satisfação dos funcionários e seu sentimento de propósito no trabalho como também prolongam a vida útil dos ativos (já que as ações do plano serão executadas da melhor forma) e, consequentemente, garantem a produtividade e a lucratividade da empresa.

E agora?

Você já sabe da importância de um plano de manutenção que vise o prolongamento da vida útil dos ativos e sabe o que fazer para alcançar esse objetivo. A única coisa que falta é colocar tudo isso em prática, e não existe hora melhor do que agora.

Enquanto o momento de substituir o aparelho não chega, faça o que estiver ao seu alcance para garantir que todos eles mantenham o desempenho esperado pelo maior tempo possível. E, para isso, nada melhor do que uma ferramenta inteligente e online que monitore suas máquinas em tempo real, coletando e interpretando seus dados e te mantendo a par de tudo o que acontece — e tudo o que pode acontecer — com seu maquinário.

Todas as dicas que listamos são extremamente eficazes quando se quer maximizar o tempo de uso dos ativos, mas as que envolvem a tecnologia e o acompanhamento constante dos equipamentos são as mais estratégicas e que entregam mais resultados à empresa. Então, caso esteja interessado em aumentar a produtividade, a lucratividade e a competitividade de sua indústria com a manutenção preditiva, entre em contato com a TRACTIAN — e esteja sempre dois passos à frente da falha.

Alex Vedan

Alex Vedan

Diretor

Industrial Designer pela UNESP. Especialista em projeto de produto com ênfase em tecnologia de fabricação digital, inovação e gestão. Contribuindo na criação de conteúdos relevantes para a indústria. É Sócio e Diretor de Marketing na TRACTIAN.

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