Por que a manutenção preventiva pode custar mais do que você imagina

Erik Cordeiro

Atualizado em 14 nov. de 2025

Por que a manutenção preventiva pode custar mais do que você imagina

Por que a manutenção preventiva pode custar mais do que você imagina

Na hora de mensurar os custos da operação, muitos gestores descobrem que seus programas de manutenção preventiva consomem orçamentos muito maiores que o planejado. O que deveria ser uma estratégia de economia pode facilmente se transformar em uma fonte de custos crescentes, com gastos que muitas vezes ultrapassam o orçamento inicial.

O problema não está na manutenção preventiva em si, mas nos custos ocultos que raramente aparecem no planejamento: capital imobilizado em estoque, lucro cessante durante as paradas programadas, contratação de mão de obra especializada e sistemas de controle sofisticados. 

Neste artigo, vamos explorar os gastos ocultos da manutenção preventiva e como o monitoramento de condição oferece uma alternativa mais inteligente para otimizar os seus investimentos.

Por que a manutenção preventiva pode ser mais cara do que parece

A manutenção preventiva consiste em intervenções programadas realizadas antes que falhas ocorram, seguindo cronogramas baseados em tempo, uso ou recomendações do fabricante. Diferente da manutenção corretiva, que reage após problemas já instalados, a preventiva busca antecipar desgastes através de inspeções regulares, substituições programadas e ajustes periódicos.

Por muitos anos, a preventiva foi considerada a forma mais organizada e eficiente disponível na gestão de manutenção. E por mais que evite paradas inesperadas, o que alguns gestores descobrem tarde demais é que ela pode custar significativamente mais do que a corretiva se for mal planejada.

A lógica parece simples: trocar uma correia a cada três meses custa menos que esperar ela romper e parar a linha inteira. Mas essa conta isolada ignora uma série de custos ocultos que se acumulam rapidamente, transformando o que deveria ser economia em despesa excessiva.

O orçamento inicial da manutenção preventiva considera apenas peças, mão de obra e tempo de parada programada. No entanto, os custos reais incluem capital imobilizado em estoque, lucro cessante durante paradas planejadas, mão de obra especializada e sistemas de planejamento.

Quando uma empresa implementa manutenção preventiva sem considerar esses fatores, frequentemente descobre que os gastos totais superam em 40% a 60% o orçamento inicial. É por isso que muitas operações acabam voltando para modelos reativos, perdendo os benefícios de longo prazo da estratégia preventiva.

Diferenças entre manutenção preventiva, corretiva e preditiva

Cada abordagem de manutenção tem seu lugar na operação industrial, mas os custos associados variam drasticamente dependendo da estratégia escolhida. Compreender essas diferenças é fundamental para uma manutenção de equipamentos eficaz.

A manutenção corretiva opera no modelo "quebrou, conserta". Seus custos são imprevisíveis e concentrados: quando uma falha acontece, você paga por peças urgentes, horas extras e paradas não programadas. Mas entre uma falha e outra, os gastos são praticamente zero.

Já a manutenção preventiva distribui esses custos ao longo do tempo através de intervenções regulares. O investimento é constante e planejado, mas pode resultar em gastos totais mais altos se não for bem calibrada.

A manutenção preditiva oferece o melhor dos dois modelos e propõe intervenções planejadas apenas quando necessário.

Enquanto a preventiva segue cronogramas fixos baseados em tempo ou uso, com intervalos regulares independentes da condição real do equipamento, a preditiva baseia-se na condição real do equipamento, com intervenções programadas apenas quando dados indicam necessidade.

A diferença fundamental está na precisão. Enquanto a preventiva pode trocar componentes ainda em bom estado ou deixar passar desgastes acelerados, a preditiva atua no momento ideal para cada situação específica.

Fatores que elevam o investimento na manutenção preventiva

Os custos da manutenção preventiva vão muito além das peças e da mão de obra direta. Cada componente dessa estratégia carrega gastos que podem transformar uma decisão aparentemente econômica em um investimento pesado. 

Na hora do planejamento inicial, é comum que não sejam levados em conta:

Fatores que elevam o investimento na manutenção preventiva

1. Lucro cessante e paradas planejadas

Mesmo sendo programadas, as paradas preventivas interrompem a produção e geram lucro cessante, ou seja, uma receita que deixa de ser gerada durante a paradas. Em operações contínuas, cada hora parada multiplica o custo real da intervenção preventiva.

Esse custo se torna ainda mais significativo quando consideramos que, muitas vezes, a manutenção preventiva exige paradas mais frequentes que a corretiva. Enquanto uma falha pode acontecer a cada seis meses, o plano preventivo pode exigir paradas mensais ou até semanais.

2. Estoque de peças sobressalentes

A manutenção preventiva exige um estoque robusto de peças sobressalentes para garantir que as intervenções programadas não sejam adiadas por falta de componentes. Esse estoque representa um capital imobilizado, que poderia gerar retorno em outras aplicações.

Somam-se a isso os custos de armazenagem, incluindo espaço físico, controle de temperatura e umidade, segurança e sistemas de gestão de inventário, além do risco de obsolescência de peças que se tornam obsoletas antes do uso, especialmente em equipamentos com ciclos de atualização tecnológica rápidos.

3. Mão de obra especializada

A execução eficaz da manutenção preventiva demanda mão de obra com conhecimento específico sobre cada tipo de equipamento e procedimento. Esses profissionais precisam saber interpretar dados, seguir protocolos detalhados e tomar decisões técnicas durante as intervenções.

A escassez de mão de obra qualificada no mercado eleva os custos salariais e aumenta a rotatividade, gerando gastos adicionais com recrutamento e treinamento. Cada novo técnico precisa ser capacitado nos procedimentos específicos da empresa.

4. Planejamento e tecnologia

Um bom programa de manutenção preventiva eficaz envolve um planejamento detalhado, sistemas de controle e ferramentas específicas para diagnóstico e execução. Esses recursos representam investimentos significativos em software, hardware e capacitação.

Sistemas de gestão de manutenção, controle de estoque, ferramentas de diagnóstico e equipamentos de medição são essenciais para manter a qualidade e eficiência das intervenções. Sem eles, o programa preventivo perde precisão e pode gerar mais custos que benefícios.

A falta de ferramentas adequadas pode transformar a manutenção preventiva em uma sequência de procedimentos genéricos, perdendo a precisão necessária para otimizar custos e resultados.

Erros comuns ao elaborar o plano de manutenção preventiva industrial

Cada falha de planejamento se traduz em recursos mal aplicados e oportunidades perdidas. Veja alguns dos erros mais cometidos nessa etapa essencial da manutenção preventiva:

1. Desconsiderar histórico de falhas

Planos de manutenção baseados apenas em recomendações genéricas do fabricante ignoram a realidade específica de cada operação. O histórico de falhas revela padrões únicos que podem indicar necessidade de intervalos mais curtos ou mais longos que o padrão.

Sem essa análise, equipes executam manutenções desnecessárias em componentes confiáveis, enquanto negligenciam outros com histórico de problemas. Em outras palavras, a operação paga caro num programa trabalhoso sem melhoria proporcional na confiabilidade.

Empresas que implementam uma análise sistemática do histórico de falhas tendem a otimizar os custos de manutenção preventiva, mantendo ou até mesmo melhorando os níveis de confiabilidade.

2. Falta de priorização de ativos

Tratar todos os equipamentos com a mesma intensidade de manutenção desperdiça recursos e ignora a criticidade de cada ativo, correndo o risco de deixar equipamentos essenciais desprotegidos.

Ativos críticos para a produção merecem atenção diferenciada, com intervalos mais curtos e procedimentos mais detalhados. Por outro lado, equipamentos auxiliares e de menor criticidade podem operar com estratégias mais enxutas sem comprometer a operação.

A priorização adequada reduz os custos totais de manutenção e melhora a disponibilidade dos equipamentos mais importantes para a operação.

3. Frequências de manutenção que não refletem a realidade

Seguir cegamente as recomendações do fabricante sem considerar as condições reais de operação pode resultar em manutenções excessivas ou insuficientes. 

Ambientes com alta temperatura, umidade ou contaminação aceleram o desgaste, o que pode exigir intervalos mais curtos do que o calculado inicialmente.

Por outro lado, equipamentos operando em condições ideais podem ter intervalos estendidos sem comprometer a confiabilidade. A personalização das frequências baseada em condições reais otimiza custos e resultados.

Impacto do monitoramento de condição na redução de custos

O monitoramento de condição e a manutenção preditiva representam a evolução natural da preventiva, trazendo a precisão que cronogramas fixos não conseguem alcançar. Essa nova forma de utilizar a tecnologia otimiza custos ao sugerir intervenções apenas quando necessário com base em dados reais sobre o estado dos equipamentos.

Veja alguns dos impactos possíveis na sua operação:

Impacto do monitoramento de condição na redução de custos

Identificação precoce de falhas ocultas

Sensores de monitoramento de condição detectam anomalias que passariam batidas durante inspeções visuais rotineiras. Vibrações anômalas, variações de temperatura ou mudanças em parâmetros elétricos revelam desgastes em estágio inicial, quando a correção ainda é simples e barata. 

Esta detecção precoce evita danos secundários que multiplicam os custos de reparo. Apenas para exemplificar, um rolamento com desgaste inicial pode ser substituído por algumas centenas de reais, mas se evoluir para falha completa, pode danificar o eixo, exigindo reparos de milhares de reais.

O monitoramento permite detectar falhas sem necessidade de paradas para inspeção, mantendo a produção em funcionamento e eliminando o lucro cessante em inspeções rotineiras. 

Além disso, a análise de tendências com IA compara resultados históricos e identifica degradação progressiva antes de sintomas visíveis, permitindo planejamento adequado das intervenções.

Ajuste fino das frequências preventivas

Dados reais sobre a condição dos equipamentos permitem personalizar intervalos de manutenção para cada ativo específico, eliminando tanto manutenções desnecessárias quanto intervenções tardias. Equipamentos em bom estado podem ter intervalos estendidos, enquanto outros com sinais de desgaste recebem atenção antecipada.

Esta personalização otimiza o uso de recursos humanos e materiais, concentrando esforços onde realmente são necessários. O resultado é uma redução significativa nos custos totais de manutenção sem comprometer a confiabilidade.

A abordagem de manutenção preventiva e preditiva combinada permite intervenções baseadas na condição real, o que otimiza recursos através da redução de substituições desnecessárias e da extensão de vida útil dos ativos.

Tomada de decisão baseada em dados

O monitoramento de condição elimina o "achismo" na manutenção, substituindo a intuição por dados objetivos e mensuráveis. A análise sistemática de dados identifica causas raiz de problemas recorrentes, possibilitando correções definitivas e assertivas em vez de simples reparos temporários. 

Esta precisão reduz desperdícios e melhora a alocação de recursos humanos e materiais, maximizando o retorno sobre investimento da manutenção.

Como o monitoramento de condição da Tractian pode transformar custos em oportunidade

Muitas vezes, a manutenção preventiva carrega custos ocultos que podem surpreender gestores despreparados.  Mas não deveria ser necessário escolher entre confiabilidade e eficiência de custos. 

A tecnologia de Monitoramento de Condição da Tractian elimina esse dilema, oferecendo uma alternativa mais inteligente que combina os benefícios da manutenção preventiva com a precisão da tecnologia preditiva.

Nossa solução identifica falhas em estágio inicial, otimiza frequências de manutenção e elimina intervenções desnecessárias.

Com sensores industriais que monitoram vibração, temperatura e outros parâmetros críticos, você obtém visibilidade completa sobre a condição real dos seus ativos. A plataforma analisa esses dados continuamente e te alerta apenas quando intervenções são realmente necessárias, reduzindo custos enquanto melhora a confiabilidade.

O resultado é uma estratégia de manutenção mais eficiente: menos paradas programadas, estoque otimizado, recursos direcionados para onde realmente importam e decisões baseadas em dados objetivos.

Empresas que adotam nosso Monitoramento de Condição conseguem reduzir custos de manutenção, enquanto mantêm ou melhoram indicadores de disponibilidade. Não se trata apenas de economia, mas de uma operação mais inteligente, onde cada intervenção é justificada por dados concretos e cada real investido gera retorno mensurável.

Transforme os custos ocultos da manutenção preventiva em oportunidades de otimização.

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Erik Cordeiro
Erik Cordeiro

Engenheiro de Aplicações

Engenheiro de Aplicações na Tractian, Erik Cordeiro é formado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de São Carlos e Pós-Graduado em Gestão de Manutenção, com especialização em manutenção industrial e gestão de energia. Com alta expertise em operações industriais e amplo domínio de manutenção preditiva, Erik é referência em soluções para aumentar a confiabilidade em plantas fabris.