Como padronizar ordens de serviço sem aumentar a burocracia na manutenção

Erik Cordeiro

Atualizado em 24 nov. de 2025

Como padronizar ordens de serviço sem aumentar a burocracia na manutenção

Como padronizar ordens de serviço sem aumentar a burocracia na manutenção

Toda equipe de manutenção conhece a frustração de ordens de serviço acumuladas, gerando informações incompletas e atrapalhando processos. 

Infelizmente, o problema reside na forma como o trabalho da manutenção é documentado. Muitas empresas confundem padronização com burocracia, criando formulários extensos que ninguém quer preencher. Isso é um dos principais motivos que atrasam a execução das OSs.

A verdade é que ordens de serviço bem estruturadas aceleram o trabalho. 

Elas eliminam dúvidas sobre prioridades, garantem que técnicos tenham todas as informações necessárias e criam um histórico confiável para decisões futuras. Quando você padroniza sem complicar, transforma suas OSs em ferramentas estratégicas que conectam planejamento, execução e análise de performance.

Neste artigo, você vai descobrir como criar um sistema de ordens de serviço que funciona na prática, com campos essenciais sem redundâncias, fluxos de aprovação inteligentes e automação que reduz o trabalho manual do seu time de manutenção.

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Como padronizar ordens de serviço

Uma ordem de serviço bem estruturada é muito mais que um documento administrativo. Ela funciona como o núcleo operacional que conecta planejamento, execução e análise de desempenho em manutenção industrial. Ou seja, quando você padroniza suas OSs, está criando a base para indicadores confiáveis como MTBF, MTTR e disponibilidade de ativos.

Em ambientes de manutenção de alta performance, a OS é tratada como dado estruturado que alimenta análises preditivas e decisões baseadas em evidências. Cada campo preenchido, cada status atualizado e cada registro de tempo se transforma em informação estratégica para otimizar recursos e antecipar falhas.

Mas para estruturar uma OS padronizada de forma eficiente você precisa organizar a informação em camadas funcionais específicas. A camada de identificação inclui código único, TAG do equipamento, centro de custo e localização hierárquica, elementos que garantem rastreabilidade total. A camada de classificação define tipo de manutenção, criticidade do ativo e prioridade baseada em matriz de risco.

Na camada de execução, você encontra escopo técnico detalhado, procedimentos aplicáveis e recursos necessários como mão de obra, ferramentas e peças. A camada de controle monitora datas planejadas versus realizadas, responsáveis por aprovação e execução, além de status com transições rastreáveis. Por fim, a camada de encerramento documenta causa raiz, ações executadas, tempo de intervenção e validação técnica.

Benefícios de uma ordem de serviços bem estruturada

Quando suas ordens de serviço seguem um padrão consistente, os ganhos operacionais aparecem rapidamente em várias frentes. É graças à boa gestão das ordens de serviço que grandes indústrias alcançam maior eficiência e previsibilidade na operação, além de eliminar incertezas sobre procedimentos, responsabilidades e prioridades.

Veja alguns dos principais benefícios de uma boa padronização de OSs:

Benefícios de uma ordem de serviços bem estruturada

Rastreabilidade completa: OSs padronizadas facilitam auditorias e análises de falhas porque cada intervenção fica documentada com o mesmo nível de detalhe. Você consegue rastrear desde a origem do problema até a solução implementada, criando um histórico técnico confiável para decisões futuras.

Otimização de recursos: A padronização permite alocação correta de pessoal e materiais porque você tem visibilidade clara das demandas. Técnicos sabem exatamente quais ferramentas levar, gestores conseguem balancear cargas de trabalho e o almoxarifado pode prever necessidades de estoque.

Redução de tempo de resposta: Processos claros aceleram a execução porque eliminam dúvidas sobre procedimentos, responsabilidades e prioridades. Técnicos gastam menos tempo interpretando instruções e mais tempo resolvendo problemas.

Histórico de manutenção confiável: Dados consistentes permitem análises precisas sobre performance de equipamentos, efetividade de intervenções e tendências de desgaste. Isso fundamenta decisões sobre substituição, modernização ou mudanças nos planos de manutenção.

Como padronizar ordens de serviços sem burocracia

Padronização não significa necessariamente mais burocracia. O objetivo é simplificar mantendo apenas o essencial. 

A chave para está em criar estruturas que facilitem o trabalho da equipe, não que o compliquem com formulários extensos ou aprovações desnecessárias.

Veja como padronizar isso na sua operação:

1. Defina campos essenciais e evitar redundâncias

O primeiro passo para o que é ordem de serviço eficiente é identificar quais informações são realmente necessárias para executar, acompanhar e analisar cada intervenção. Campos como identificação do equipamento, tipo de manutenção, descrição do problema e recursos necessários são fundamentais. Já informações que podem ser obtidas automaticamente do sistema ou que raramente são consultadas devem ser eliminadas.

Uma estrutura enxuta mas completa inclui apenas dados que agregam valor ao processo. Se um campo não é usado para tomar decisões ou não contribui para análises futuras, ele provavelmente é redundante. Revise regularmente quais informações estão sendo coletadas versus quais estão sendo efetivamente utilizadas.

2. Crie fluxos simples de aprovação

Para evitar gargalos desnecessários, desenhe fluxos de aprovação inteligentes. Para intervenções de baixo risco e custo, a aprovação pode ser automática ou delegada ao nível operacional. Reserve aprovações gerenciais apenas para casos que envolvem paradas programadas, custos elevados ou modificações em equipamentos críticos.

Defina prazos claros para cada etapa do processo e implemente notificações automáticas quando os prazos estão próximos do vencimento. Isso evita que OSs fiquem paradas aguardando aprovação e mantém o fluxo operacional funcionando.

3. Invista em automação e revisões periódicas

A automação reduz significativamente o trabalho manual ao preencher automaticamente campos como data de criação, solicitante e informações básicas do equipamento. Sistemas inteligentes podem até sugerir procedimentos padrão baseados no tipo de falha reportada.

Estabeleça um ciclo de revisão periódica do processo para identificar gargalos, campos subutilizados ou etapas que podem ser simplificadas. Colete feedback regular dos usuários, técnicos, supervisores e gestores, para entender onde o processo pode ser melhorado.

"O maior impacto foi na parte das ordens de manutenção, que ainda eram em papel, com um fluxo de atividades demorado. Processar tudo isso ocupava 40% do tempo do técnico de planejamento, que precisava ler, escrever e repassar tudo ao sistema, o que não era o seu verdadeiro trabalho." — Afonso Picanço, Supervisor de PCM, EMS

4. Integre-se com sistemas de gestão centralizados

A integração entre ordens de serviço e sistemas de ordem de serviço centralizados elimina retrabalho e duplicidade de informações. Quando todos os dados estão conectados, mudanças em um local se refletem automaticamente em outros, mantendo a consistência das informações.

Centralização permite visibilidade em tempo real do status de todas as OSs em andamento, facilitando o acompanhamento gerencial e a tomada de decisões. Gestores conseguem identificar rapidamente gargalos, redistribuir recursos ou priorizar intervenções críticas.

Ter histórico completo de equipamentos acessível em um único lugar acelera diagnósticos e melhora a qualidade das intervenções. Técnicos podem consultar falhas anteriores, soluções aplicadas e recomendações específicas antes de iniciar o trabalho.

5. Tenha mais mobilidade e acesso em campo

Acesso móvel às ordens de serviços acelera a execução e reduz erros de transcrição porque técnicos podem consultar informações, anexar fotos e atualizar status diretamente do local da intervenção. Isso elimina a necessidade de retornar ao escritório para registrar informações ou buscar procedimentos.

Técnicos em campo conseguem acessar manuais, diagramas e histórico de manutenção na palma da mão, melhorando a qualidade do diagnóstico e da solução aplicada. Fotos e vídeos podem ser anexados imediatamente, criando documentação visual valiosa para análises futuras.

O impacto na produtividade é significativo quando você elimina deslocamentos desnecessários e reduz o tempo entre identificação do problema e início da solução. A qualidade dos dados também melhora porque as informações são registradas em tempo real, sem depender de memória ou anotações em papel.

Passo a passo para criar o modelo de ordem de serviço ideal

Um bom modelo de ordem de serviço é a base da padronização eficiente. Ele define como as informações serão organizadas, priorizadas e processadas em toda a operação. Criar esse modelo exige análise cuidadosa das necessidades específicas da sua planta e dos processos já estabelecidos.

Veja um passo a passo eficiente:

Passo a passo para criar o modelo de ordem de serviço ideal

1. Identificar prioridades e criticidade

Crie um sistema de classificação de prioridades baseado em critérios objetivos como impacto na produção, segurança e custo de falha. Prioridade alta deve ser reservada para equipamentos críticos que podem parar a produção ou gerar riscos de segurança. Prioridade média para ativos importantes mas com redundância ou impacto limitado. Prioridade baixa para equipamentos de apoio ou melhorias não urgentes.

A criticidade do equipamento influencia diretamente na priorização porque falhas em ativos críticos têm consequências desproporcionais. Um compressor principal pode ter prioridade alta mesmo para manutenções preventivas simples, enquanto um ventilador auxiliar pode ter prioridade baixa mesmo para reparos corretivos.

Estabeleça critérios claros para cada nível de prioridade e treine a equipe para aplicá-los consistentemente. Isso evita subjetividade na classificação e garante que recursos sejam direcionados onde realmente importam.

2. Selecionar campos obrigatórios

A próxima etapa é listar os campos essenciais que toda OS deve ter: identificação única, TAG do equipamento, tipo de manutenção, descrição do problema, recursos necessários, responsável pela execução e prazo. Cada campo deve ter propósito claro e formato padronizado para facilitar análises posteriores.

A identificação única permite rastreamento completo da OS desde a criação até o encerramento. O TAG do equipamento conecta a ordem ao ativo específico e seu histórico. Tipo de manutenção facilita análises de distribuição entre preventiva, corretiva e preditiva.

Descrição do problema deve seguir formato estruturado que facilite busca e categorização. Recursos necessários ajudam no planejamento e alocação. Responsável pela execução garante accountability. Prazo permite acompanhamento de performance e identificação de gargalos.

3. Definir responsáveis e prazos

Estabeleça responsabilidades claras para cada etapa do processo: quem cria a OS, quem aprova, quem executa e quem valida o encerramento. Isso evita confusão sobre accountability e garante que cada OS tenha um dono em cada fase.

Defina prazos realistas baseados na prioridade e complexidade da intervenção. OSs de alta prioridade podem ter prazo de algumas horas, enquanto manutenções preventivas podem ter janelas de dias ou semanas. Considere disponibilidade de recursos, janelas de parada e sazonalidade da operação.

4. Registrar histórico e anexos

Documente todas as ações executadas, peças utilizadas, tempo gasto e observações relevantes. O histórico detalhado se torna base para análises de confiabilidade, planejamento de estoque e melhoria de procedimentos.

Organize anexos como fotos, manuais e diagramas de forma estruturada para facilitar consulta futura. Fotos antes e depois da intervenção são especialmente valiosas para validar qualidade do trabalho e treinar novos técnicos.

5. Realizar ajustes com feedback

Implemente um ciclo de melhoria contínua coletando feedback regular dos usuários sobre dificuldades, campos desnecessários ou informações em falta. Técnicos, supervisores e gestores têm perspectivas diferentes que enriquecem o processo de otimização.

Monitore indicadores como tempo médio de preenchimento, taxa de OSs incompletas e satisfação dos usuários para identificar oportunidades de melhoria. Ajustes devem ser testados em pequena escala antes de serem implementados amplamente.

Como o CMMS da Tractian pode facilitar suas ordens de serviço

O CMMS da Tractian é a melhor opção para quem busca eliminar a complexidade da gestão de ordens de serviço. Com ele, você padroniza processos sem adicionar camadas burocráticas, automatizando fluxos de aprovação, centralizando informações críticas e oferecendo acesso móvel para suas equipes em campo.

Seus técnicos atualizam OSs em tempo real, diretamente do chão de fábrica. Gestores acompanham o status de todas as intervenções em um único painel. E você constrói um histórico técnico confiável que alimenta decisões baseadas em dados reais, não em suposições.

Se você quer transformar as suas ordens de serviço em ativos estratégicos, com rastreabilidade completa, otimização de recursos e redução de paradas não planejadas, dê o próximo passo: faça um teste gratuito do CMMS da Tractian.

Erik Cordeiro
Erik Cordeiro

Engenheiro de Aplicações

Engenheiro de Aplicações na Tractian, Erik Cordeiro é formado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de São Carlos e Pós-Graduado em Gestão de Manutenção, com especialização em manutenção industrial e gestão de energia. Com alta expertise em operações industriais e amplo domínio de manutenção preditiva, Erik é referência em soluções para aumentar a confiabilidade em plantas fabris.