Tipos de manutenção: Guia definitivo para implementação

É comum ouvirmos falar das “atividades de manutenção industrial” como se fossem generalizadas, mas não é bem assim. Existem alguns tipos de manutenção e, dentro deles, subtipos, que quando não conhecidos a fundo podem gerar confusões.

Você definitivamente conhece os termos corretiva, preventiva e preditiva – a TRACTIAN até já explicou os três diferentes tipos de manutenção em outro artigo. Mas saber o que significam esses três conceitos gerais não é necessário e suficiente. É necessário entender a fundo outros tipos de manutenção industrial.

É preciso saber que para que o plano de manutenção seja o mais assertivo possível, prevenindo as falhas antes de acontecerem e reduzindo os custos do setor, o gestor deve dominar todos os tipos de subtipos de manutenção. Só assim vai saber designar a atividade ideal para cada equipamento, definindo com precisão o que, onde e quando deve ser feito.

Conheça a seguir os oito tipos de manutenção mais importantes, bem como suas diferenças e situações ideais de aplicação – conteúdo adaptado pela TRACTIAN com base no livro “A Anatomia do PPCM”, de José Wagner Braidotti Jr.

E nunca se esqueça: o plano ideal leva em consideração todos os tipos e subtipos ao mesmo tempo em que prioriza a implementação de ferramentas tecnológicas e inteligentes, capazes de tornar as atividades de manutenção ainda mais certeiras e rentáveis. Boa leitura!

Manutenção Corretiva / Corrective Maintenance 

A mais antiga, menos complexa e mais cara das manutenções. Mas, calma, isso não quer dizer que a manutenção corretiva é ruim ou que deve ser deixada de lado no plano. 

Ela consiste na fixação ou substituição de componentes após a falha, ou quando ela está prestes a acontecer. Muitas vezes não é programada, o que aumenta seu impacto financeiro (por custar caro e por atrasar a produção). 

Sendo assim, a corretiva, especialmente a emergencial, deve ser evitada com a ajuda dos outros tipos de manutenção, mas não excluída do plano. Afinal, nem tudo é previsível e evitável, e o gestor deve estar sempre preparado para uma substituição ou um conserto “surpresa” de um equipamento crítico.

Para saber mais sobre a criticidade dos equipamentos e quais atividades de manutenção são mais indicadas para cada grau, confira este outro artigo da TRACTIAN.

A manutenção corretiva pode ser separada em duas vertentes, com base na previsibilidade da falha que a intervenção busca corrigir:

Manutenção Corretiva Não Planejada (CNP) / Unplanned Maintenance

É aquela que no dia a dia chamamos de “corretiva”, “emergencial” ou “reativa” – e há quem chame de Manutenção Corretiva Não Previsível. Em inglês, pode ser encontrada como Unplanned Maintenance ou Unscheduled Maintenance. 

Basicamente, consiste na atividade de manutenção não planejada realizada após a ocorrência da falha funcional do ativo. 

Ilustrar a manutenção corretiva ou emergencial

Por ser uma surpresa para o time de manutenção, o ideal é que a falha funcional que antecede uma atividade corretiva ocorra em equipamentos de menor criticidade. Assim, o impacto financeiro é menor, uma vez que estes geralmente são mais simples e baratos de reparar ou substituir, e não afetam a continuidade da produção. 

A fim de garantir que os ativos mais importantes para a operação não precisem de correções emergenciais, o gestor deve priorizar no plano outras técnicas de manutenção, como o monitoramento online – e constante – de ativos críticos, que apresentaremos mais adiante.

Manutenção Corretiva Programada (CPL) / Planned Maintenance

Também conhecida por “urgente”, é a atividade de manutenção prevista e planejada que se dá após a ocorrência da falha funcional na máquina. Diferente da anterior, é mais utilizada para resolver problemas que não estão afetando diretamente o funcionamento pleno do equipamento.

Por ser programada, é bem mais econômica, segura e rápida que a corretiva emergencial. E tal planejamento é feito, definido com base no acompanhamento preditivo ou detectivo do componente, podendo ser aplicado para ativos de alta e baixa criticidade.

Manutenção Preventiva / Preventive Maintenance

Essencial para garantir a eficiência e a confiabilidade do maquinário industrial, a manutenção preventiva está associada ao trabalho de atividades de detecção, substituição e reparação de componentes e ativos antes que alguma falha possa ocorrer.

Explicando a definição da norma 5462 da Associação Brasileira de Normas Técnicas  (ABNT), as atividades preventivas têm como objetivo reduzir o desgaste e a chance de falhas no equipamento, que geralmente surgem com o funcionamento inadequado das máquinas. Na prática, são as já conhecidas revisões periódicas, lubrificações de rotina, calibrações e vistorias.

Mas, apesar de as técnicas preventivas já serem muito populares, uma coisa que nem todos os manutentores sabem é que elas se dividem em dois tipos de manutenção: a preventiva baseada no tempo e a preventiva baseada na condição. 

É importante conhecer as diferenças e aplicações de cada grupo, a fim de programar as intervenções com maior precisão e tornar o plano mais estratégico.

Manutenção Preventiva Baseada no Tempo (TBM) / Time Based Maintenance

Essa é a que nós costumamos chamar de “preventiva” no dia a dia do setor. Suas atividades, conforme o nome já explica, são definidas de acordo com o tempo de uso do ativo físico em questão, que costuma pertencer aos grupos de maior criticidade (A e B).

As intervenções da TBM, sempre periódicas e pré-determinadas no plano de manutenção, geralmente não exigem mão de obra especializada e podem ser executadas pelos próprios operadores do time após um treinamento oferecido pela empresa. Essas ações podem ser de inspeção visual, lubrificação, limpeza da máquina e substituição antecipada de peças, a depender do tempo de serviço do ativo.

Embora ótima para economizar recursos, prolongar a vida útil dos equipamentos, melhorar a operação e prevenir acidentes, a Manutenção Preventiva Baseada no Tempo muitas vezes pode se mostrar mais aleatória do que efetiva. 

É comum, por conta do caráter ainda conservador do setor de manutenção brasileiro, estabelecermos intervalos mais curtos para as atividades preventivas, o que nos leva a paradas e substituições desnecessárias. O ideal, portanto, é aliar essa técnica a outra mais assertiva e baseada em dados.

Manutenção Preventiva Baseada na Condição (MPC ou CBM) / Condition Based Maintenance

Pode ser que você já tenha ouvido alguém chamar de “preditiva” o que na verdade era uma MPC. Trata-se da atividade de manutenção executada após o diagnóstico periódico (TBM) realizado em campo. 

Diferentemente da preventiva anterior, esta se baseia na condição real do ativo físico: como está sua operação? Está cumprindo a funcionalidade esperada pelo processo em que está instalado?

A principal ferramenta utilizada aqui (e que justifica o apelido que recebe) é justamente outro tipo de manutenção, a preditiva. Com a ajuda da coleta de dados em tempo real e diagnósticos detalhados oferecidos pelas ferramentas preditivas, é possível definir, planejar e colocar em prática ações preventivas mais precisas que consideram os aspectos externos e internos da máquina.

Ao contrário da TBM, a Manutenção Preventiva Baseada na Condição exige conhecimentos técnicos avançados e, por isso, é normalmente terceirizada por empresas especialistas. Porém, surgiram nos últimos anos tecnologias capazes de suprir essa necessidade por mão de obra hiper-qualificada. Elas são fáceis de implementar e controlar, não exigindo treinamento específico – é o caso do sistema de monitoramento online da Tractian.

Manutenção Preditiva / Predictive Maintenance

Assim como a anterior, a manutenção preditiva se baseia nas condições atuais do ativo, podendo ser classificada como um monitoramento de rotina, idealmente realizado em tempo real.

Tal monitoramento busca reduzir possíveis falhas e desgastes do equipamento por meio de coletas, análises de dados e mensurações de variáveis e parâmetros de desempenho, analisando com base nesses resultados a condição operacional dos ativos.

Dashboard do Software de monitoramento online da TRACTIAN

Algumas das ferramentas mais inteligentes e vantajosas para a manutenção hoje derivam das práticas da manutenção preditiva, como é o caso dos softwares de monitoramento online. 

Com eles, o gestor fica a par de tudo o que acontece dentro e fora do equipamento, 24 horas por dia, e recebe diagnósticos e dados precisos que auxiliam na elaboração de um plano estratégico, com atividades corretivas e preventivas programadas de forma proposital e sábia, e não desnecessária e aleatória.

Além da MPC, que, como dissemos anteriormente, está relacionada à predição e pode ser considerada um ramo da manutenção preditiva, existem duas vertentes dentro desse grupo: a sensitiva e a monitorada.

Manutenção Preditiva Sensitiva – Rotas de Inspeção (MPS) / Sensitive Maintenance

Mais conhecida por “sensitiva” ou até por “detectiva”, a MPS tem como finalidade identificar a condição operacional dos ativos físicos, e faz isso por meio de rotas sensitivas. Isso significa, basicamente, que ela utiliza os quatro sentidos dos manutentores (visão, audição, olfato e tato) para avaliar os ativos.

Trata-se, portanto, de uma atividade de diagnóstico que procura por falhas potenciais – é feita como uma espécie de investigação. 

À primeira vista, pode parecer simples, mas não se engane. É um trabalho que exige bastante atenção dos colaboradores aos mínimos detalhes: seus olhos, ouvidos, nariz e toques devem captar o máximo de informações durante as rotas de inspeção e compará-las com as condições ideais para cada ativo.

Tal caráter investigativo nos remete justamente à manutenção detectiva, que é uma variação da manutenção preditiva sensitiva. Ela consiste em um conjunto de processos cujo intuito é verificar os sistemas de proteção acoplados às máquinas e equipamentos, indo além do acompanhamento integral dos dispositivos. 

Caso queira saber mais sobre as atividades detectivas, confira o guia da TRACTIAN sobre este tipo de manutenção.

Manutenção Preditiva Monitorada (MPM) / Monitoring Predictive Maintenance

Quando você pensa em “manutenção preditiva”, provavelmente o que vem à sua mente é a definição de MPM. Isso porque seu objetivo é justamente identificar a condição operacional dos ativos físicos por meio de medições constantes de parâmetros técnicos quantitativos – como temperatura, vibração e ruído.

Além disso, é uma atividade de diagnóstico que, assim como a sensitiva e a detectiva, busca por falhas potenciais. Isto é, falhas funcionais que ainda não aconteceram, mas já começaram a deixar sintomas nos equipamentos. O meio de investigação da MPM, no entanto, não são os quatro sentidos dos manutentores, mas sim a coleta de dados 24/7.

Com um software de monitoramento online, baseado em inteligência artificial, IoT e ciência de dados, todas as variações e sintomas de falhas manifestados pelo equipamento são detectados e interpretados, permitindo que o gestor e o time saibam exatamente o quê, quando e onde deve ser feito para evitar problemas na operação.

É exatamente isso o que a TRACTIAN faz. Após serem conectados aos ativos de maior criticidade, os sensores IoT escutam com muita atenção tudo o que a máquina diz (porque ela fala o tempo todo). Essas informações são analisadas e disponibilizadas à equipe em uma plataforma intuitiva que ainda vai além e otimiza o trabalho do setor com diagnósticos e insights precisos sobre as atividades de manutenção que devem ser performadas. Tudo isso em uma só ferramenta.

Soluções como essa são excelentes formas de tornar o plano mais estratégico e eficiente. Além de facilitar o trabalho do time e permitir que os operadores se preocupem com atividades mais importantes, tais tecnologias auxiliam o gestor na definição de quais ações corretivas e preventivas devem ser executadas, quando e onde. 

O setor, assim, se torna bem mais lucrativo e benéfico para a competitividade da empresa, uma vez que não apenas diminui significativamente a ocorrência de falhas preocupantes e paradas inesperadas na produção como também reduz os custos com manutenção.

Manutenção Prescritiva (MPT) / Prescriptive Maintenance

Graças à ascensão de tecnologias cada vez mais avançadas, surgiu na era da indústria 4.0 o conceito de manutenção prescritiva. Sua função é utilizar a inteligência artificial para desenvolver soluções para falhas potenciais identificáveis.

Diferentemente da preventiva, a prescritiva não se prende a um cronograma voltado às falhas comuns. E em comparação com a preditiva, ela vai além, visto que não apenas prevê com precisão o que vai acontecer como também sugere intervenções baseadas nas possibilidades calculadas por meio dos dados analisados.

Isso te lembra alguma coisa? No tópico anterior, sobre manutenção preditiva monitorada, usamos a solução da TRACTIAN como exemplo, e ela também está relacionada à MPT.

O sistema de monitoramento online se baseia em práticas de manutenção preditiva e prescritiva, sendo a última possível graças ao cruzamento de dados do histórico operacional e ao uso de inteligência artificial sobre as informações coletadas, o que permite ao time de manutenção saber o que fazer quando alguma anomalia é detectada.

Mostrar como uma anomalia detectada pode ser visualizada

Manutenção de Apoio (MAP) / Support Maintenance

O último tipo de manutenção é representado por atividades que não fazem parte da rotina das oficinas especializadas e que trabalham por melhorias nos ativos físicos.

Fazem parte desse grupo as pequenas reformas, reparos e modificações que se fazem necessárias nas instalações e são executadas diretamente pelas equipes de manutenção.

A chave é uso correto das estratégias de manutenção

Muito se discute sobre quais são as melhores definições e termos para cada tipo de manutenção, mas são poucas as soluções que realmente aprimoram o setor da manutenção no Brasil. 

Agora que você já conhece os principais tipos de manutenção, suas diferenças, formas de aplicação e ferramentas mais eficazes, está um passo à frente da concorrência no processo de colocar todos em prática no plano, distribuindo as atividades e porcentagens de atuação de forma estratégica. E a melhor escolha é sempre priorizar a tecnologia e suas ferramentas inteligentes para antecipar os problemas e ter mais controle sobre as ações que precisarão ser realizadas no maquinário.

Todos os tipos de manutenção apresentam vantagens e desvantagens – daí a importância de integrá-los e fazer com que um complemente a falta do outro. Afinal, da corretiva à prescritiva, todas as práticas possuem a mesma meta: melhorar e manter a disponibilidade e a confiabilidade dos ativos.

Para garantir que o objetivo seja atingido com êxito, lembre-se sempre de que a tecnologia é a melhor amiga do gestor 4.0, que não deseja apenas fazer as máquinas funcionarem, mas sim mantê-las confiáveis e disponíveis. Caso você queira integrar esse grupo e transformar os resultados da manutenção na sua indústria, conte com a TRACTIAN.

Alex Vedan

Alex Vedan

Diretor

Industrial Designer pela UNESP. Especialista em projeto de produto com ênfase em tecnologia de fabricação digital, inovação e gestão. Contribuindo na criação de conteúdos relevantes para a indústria. É Sócio e Diretor de Marketing na TRACTIAN.

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