Responsáveis pela produção de açúcar e álcool, as indústrias sucroalcooleiras são de extrema importância para economia brasileira. E nesse ambiente, a falha não costuma avisar quando vai acontecer. Ela se forma aos poucos, em rolamentos que começam a marcar, em exaustores que perdem equilíbrio, em bombas que operam fora do ponto ideal por semanas.
Quando o sintoma finalmente aparece, quase sempre é tarde demais, e o custo vem em forma de parada, perda de produção e corrida contra o relógio no pior momento possível: a safra.
Ou seja, uma boa gestão da manutenção das máquinas de indústrias sucroalcooleiras é fundamental para o crescimento dessas empresas.
O desafio não está apenas no volume de máquinas ou na complexidade do processo, mas no timing. A janela real para agir é curta e, muitas vezes, invisível para métodos tradicionais de manutenção.
Neste artigo, você verá como o monitoramento contínuo por sensores e IA pode te ajudar a antecipar falhas mecânicas típicas do setor sucroenergético, e por que agir antes da falha se tornou a única estratégia viável em operações sazonais de alta intensidade.
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Onde a degradação realmente começa nas usinas
O processo produtivo sucroenergético é pesado por natureza. Moendas, difusores, bombas, ventiladores, exaustores, redutores e motores operam sob carga elevada, muitas vezes em regime contínuo por meses. Não existe espaço para erro durante a safra.
O problema é que a maior parte das falhas não nasce de forma abrupta, mas começam de maneira discreta:
- um leve aumento de vibração em alta frequência em um rolamento de exaustor;
- uma mudança sutil no comportamento térmico de um motor crítico;
- uma oscilação de corrente associada a desgaste mecânico progressivo;
- um desbalanceamento que só se manifesta sob determinadas cargas.
Esses sinais não aparecem em inspeções visuais nem em rotinas pontuais. Eles vivem no intervalo entre uma preventiva e outra, exatamente onde a manutenção tradicional não enxerga.
Como é o processo produtivo nas indústrias sucroalcooleiras?
Antes de se tornar açúcar e álcool, a cana-de-açúcar é colhida e picada, e processada em um desfibrador para facilitar a extração do caldo. A separação do bagaço ocorre nas moendas ou nos difusores, e é utilizado como combustível nas caldeiras das usinas para geração de energia.
O caldo passa por um tratamento de remoção de impurezas por peneiramento, centrifugação e tratamento químico.
Após o tratamento, o caldo vai para a produção de açúcar ou etanol. Na linha de produção do açúcar, o caldo recebe um tratamento adicional para inibir a formação de cor e ajustar o pH.
Em seguida, a evaporação remove a maior parte da água e concentra o caldo. Na etapa de cozimento, o xarope é produzido e centrifugado, resultando no açúcar.
Já no etanol, o caldo é purificado e esterilizado antes de passar pela fermentação, e os açúcares são transformados em álcool pelas leveduras. O vinho, produto da fermentação, é centrifugado e enviado para a destilaria, onde ocorre a separação entre água e álcool, formando o álcool hidratado, que é vendido em postos de abastecimento.
Veja como a Usina São Domingos aumentou as taxas de disponibilidade das máquinas durante a Safra.
O impacto do monitoramento durante a safra
Quando o monitoramento preditivo com IA está ativo durante a safra, a dinâmica da manutenção muda completamente.
Falhas deixam de ser surpresa. A equipe passa a saber, com antecedência, quais ativos estão entrando na zona de risco da curva P–F e quanto tempo ainda existe para intervir. Isso permite:
- planejar paradas curtas e controladas;
- alinhar intervenções com a produção;
- preparar materiais e recursos antes da falha;
- evitar desmontagens emergenciais sob pressão.
Na prática, a manutenção deixa de correr atrás do prejuízo e passa a escolher quando agir.
Com um planejamento aliado à manutenção preditiva, é possível prolongar a vida útil dos componentes e garantir que os sistemas continuem desempenhando conforme o esperado.
Como fazer um planejamento para a manutenção de entressafra
Tradicionalmente, o setor prioriza a manutenção durante a entressafra, que dura aproximadamente quatro meses (entre dezembro e abril).
Nesse período, a usina fatura de 4% a 5% do total anual. Por isso a manutenção é tão importante, já que a quebra de um equipamento durante a safra pode gerar prejuízos significativos.
No entanto, as sucroalcooleiras vêm reduzindo o tempo de entressafra para aumentar a produção de etanol e açúcar e a geração de energia. Esse cenário demanda um planejamento ainda mais preciso da manutenção de entressafra para garantir o início adequado da safra seguinte.
O grande desafio é usar ferramentas e dados para tomar decisões assertivas durante essa fase.
Um software de gestão da manutenção ajuda na tomada de decisões.
Permite planejar calendário de preventivas, e programá-las para a entressafra com todos os materiais necessários, além de ter o controle de custos no período. Além da previsibilidade de entender quando um ativo irá precisar de manutenção, e assim determinar quando trocar um componente ou realizar ações que prolonguem a vida útil dos equipamentos.
Como os sensores da Tractian se encaixam nessa realidade
Os sensores da Tractian foram desenhados para esse tipo de operação sucroalcooleira: ambientes industriais severos, ativos críticos e necessidade de monitoramento contínuo sem complexidade operacional.
Eles capturam vibração em alta frequência, temperatura e outros parâmetros relevantes, transmitindo os dados automaticamente para a plataforma. A IA processa essas informações em tempo real, identifica comportamentos perigosos e gera diagnósticos acionáveis.
O técnico não precisa ser especialista em análise espectral para extrair valor. O sistema entrega alertas claros, com contexto e prioridade, permitindo foco total nos ativos que realmente importam para a safra.
Em vez de depender da entressafra para “consertar tudo”, a usina passa a usar a entressafra de forma estratégica, corrigindo o que já foi identificado, validado e planejado ao longo do ciclo produtivo.
Como a Tractian te ajuda a automatizar a manutenção em indústrias sucroalcooleiras?
Em usinas sucroalcooleiras, o desafio não é entender que a falha custa caro. Isso todo mundo já sabe. O problema real é quando essa falha é percebida. Quanto mais tarde ela aparece, menor é a margem de manobra, maior é o impacto na safra e mais reativa se torna a manutenção.
A Tractian atua exatamente nesse ponto. Ao automatizar o monitoramento da condição dos ativos críticos, a nossa plataforma elimina a dependência de inspeções pontuais e da leitura manual de sinais fracos.
Sensores coletam dados de vibração, temperatura e operação continuamente, enquanto a IA aprende o comportamento real de cada máquina e identifica desvios ainda nas primeiras etapas da degradação.
Na prática, isso transforma a rotina da manutenção, deixando a equipe mais preparada para descobrir problemas antes do equipamento estar comprometido. Além disso, seu time passa a receber diagnósticos claros, com indicação de severidade, urgência e provável modo de falha.
Em vez de correr atrás de paradas inesperadas, a usina passa a planejar intervenções com antecedência, alinhadas à produção e à realidade da safra.
Esse nível de automação é o que permite lidar com ciclos cada vez mais curtos de entressafra, plantas operando no limite e ativos que não podem falhar. A manutenção deixa de ser concentrada em um período específico do ano e passa a acontecer de forma contínua, orientada por dados e risco real.
Se a sua usina precisa ganhar previsibilidade, reduzir paradas não planejadas e automatizar decisões críticas de manutenção, o próximo passo é ver essa lógica funcionando nos seus próprios ativos.

